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Brasil � um dos pa�ses com mais �gua per capita

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O Brasil é o 23º país com mais água disponível por pessoa no mundo, de acordo com um ranking divulgado no primeiro ?Relatório sobre o Desenvolvimento da Água no Mundo?, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Organizado pelo Programa de Avaliação da Água no Mundo, o ranking classifica 180 países e territórios de acordo com a quantidade de fontes renováveis disponíveis anualmente per capita, ou seja, a quantidade total de água que circula na superfície, no solo ou no subsolo. Os dez países com mais oferta são a Guiana Francesa, a Islândia, a Guiana, o Suriname, o Congo, a Papua Nova Guiné, o Gabão, as Ilhas Salomão, o Canadá e a Nova Zelândia. O Brasil está na 23ª posição, com 48.314 m3 por pessoa. Segundo o engenheiro florestal Celso Salatino Schenckel, coordenador da área de Meio Ambiente e Desenvolvimento do escritório da Unesco no Brasil, o cálculo levou em conta sazonalidade e regionalismos. ?Não é uma média aritmética simples?, explica Schenckel. Qualidade da água O relatório também mostra outro ranking, o qual classifica 122 países de acordo com a qualidade da água, assim como o comprometimento na luta contra a poluição. O país que lidera o ranking é a Finlândia, seguida por Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido, Japão, Noruega, Rússia, Coréia do Sul, Suécia e França. O Brasil novamente está em 23º lugar. A Bélgica ficou na pior posição, principalmente por causa da pouca quantidade e qualidade das águas subterrâneas em seu território, além das altas taxas de poluição e baixos índices e tratamento. Apesar de um país desenvolvido constar no último lugar, os países pobres são os mais afetados. De acordo com o relatório, 50% da população nas nações em desenvolvimento está exposta a águas contaminadas. Toneladas de lixo Cerca de 2 milhões de toneladas de lixo são jogadas diariamente em rios e lagos da Terra. O programa estima que 12 mil km3 de água estejam poluídos em todo o mundo. Se as taxas de poluição mantiverem o atual ritmo de crescimento, cerca de 18 mil km3 serão perdidos até 2050. Esse é o primeiro relatório produzido pelo programa, que conta com a colaboração de 23 agências das Nações Unidas. De acordo com Schenckel, a intenção é renová-lo a cada três anos. ?Nesse processo, está prevista a construção de indicadores para os gestores de água?, afirmou. ?A crise é uma conseqüência da gestão?. O diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, durante a apresentação do material, afirmou que o problema é causado pela inércia política. ?De todas as crises sociais e naturais que nós, humanos, encaramos, a crise da água é a que se situa no coração de nossa sobrevivência e de nosso planeta?, afirmou Matsuura. A Unesco considera que 2003 é o Ano Internacional da Água Doce. Entre 16 e 23 de março, líderes de todo o mundo se reúnem em Kyoto, no Japão, para discutir formas de gerenciamento da questão. Acesso à água Mais de um sexto da população mundial - 18%, o que corresponde a 1,1 bilhão de pessoas, não tem acesso a fornecimento de água. A situação piora quando se fala em saneamento básico, que não faz parte da realidade de 39% da humanidade, ou 2,4 bilhões de pessoas. Até 2050, quando 9,3 bilhões de pessoas devem habitar a Terra, entre 2 bilhões e 7 bilhões de pessoas não terão acesso à água de qualidade - seja em casa, seja em comunidade. A diferença entre esses extremos depende das medidas adotadas pelos governos. Reservas Segundo a Unesco, os mananciais do planeta estão secando rapidamente, o que vai se somar ao crescimento populacional, à poluição e ao aquecimento global para reduzir em um terço, nos próximos 20 anos, a quantidade de água disponível para cada pessoa no mundo. De acordo com o relatório, a quantidade de água disponível per capita vem caindo desde 1970. ?As reservas de água estão diminuindo, enquanto a demanda cresce de forma dramática, em um ritmo insustentável?, afirmou o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura. O relatório critica a inação dos políticos, que em muitos casos nem sequer reconhecem a existência de uma crise hídrica. ?A inércia dos líderes e o fato de a população mundial não estar totalmente consciente do problema significa que não conseguimos adotar medidas corretivas a tempo?, afirma o texto. Mortes Doenças relacionadas à água estão entre as causas mais comuns de morte no mundo e afetam especialmente países em desenvolvimento. Mais de 2,2 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo de água contaminada e à falta de saneamento. As crianças com até cinco anos são as mais afetadas. A Unesco montou um ranking de 122 países em relação à qualidade de seus mananciais. A Bélgica ficou em último, atrás de países pobres como a Índia e Ruanda. O ranking do relatório destacou negativamente a Bélgica por causa da escassez de seus lençóis freáticos, da intensa poluição industrial e do precário sistema de tratamento de resíduos. No topo da lista da qualidade da água estão Finlândia, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Japão. A pesquisa também mostrou a disparidade relativa à água disponível nos diversos países. Cada kuaitiano, por exemplo, tem à disposição apenas 10 metros cúbicos anuais. Na Guiana Francesa, são 812.121 metros cúbicos per capita. Ainda de acordo com o relatório, os rios asiáticos são os mais poluídos do mundo, e metade da população nos países pobres está exposta à água contaminada por esgoto ou resíduos industriais. Outros dados Apesar de essencial, a água é mal distribuída no planeta. Ela cobre 70% da superfície da Terra. Porém, desse montante, 97,5% são salgadas. Dos 2,5% de água doce restantes, quase dois terços estão congelados nos pólos. Mesmo levando-se em conta que a água é um bem renovável, ela tem sido ameaçada pela poluição e pelo mau aproveitamento. Quase 70% da água doce disponível é aplicada na agricultura. Por causa de sistemas de irrigação ineficientes, principalmente nos países em desenvolvimento, 60% dessa água é perdida na evaporação ou retorna aos rios antes de ser usada. Ainda em países em desenvolvimento, 50% da água potável é desperdiçada por causa de vazamentos e sistemas ilegais. Além disso, cerca de 90% do esgoto e 70% do lixo industrial são jogados nas águas sem tratamento adequado. Enquanto isso, o uso aumentou um sexto no último século - mais que o dobro do crescimento populacional. Durante a década de 90, em torno de 835 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento tiveram acesso à água potável, e cerca de 785 milhões a saneamento básico. Segundo projeções da ONU, em 2025 dois terços da população mundial, ou 5,5 bilhões de pessoas, viverão em locais que sofrem com algum tipo de problema relacionado à água. Hoje, cada vez mais regiões do planeta, em especial o norte da África e o sudoeste da Ásia, passam por longos períodos de seca. Em países como Estados Unidos, China e Índia, em que o consumo é mais rápido que o reabastecimento, as bacias hidrográficas têm perdido grandes volumes d?água. Rios como o Colorado, nos EUA, e o Amarelo, na China, chegam a secar antes de alcançarem o mar.

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