MÃE DENUNCIA ABUSO DE POLICIAIS MILITARES NA CIDADE DE PILAR
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Por HEBERT BORGES*/ ESTAGIÁRIO | Edição do dia 01/01/2020 - Matéria atualizada em 01/01/2020 às 04h00
Uma mãe, que preferiu não se identificar, denuncia que o filho de 20 anos foi espancado por um grupo de policiais militares, no último domingo (28), em Pilar, região metropolitana de Maceió, quando saia do Festival do Bagre, festa que ocorria na região. Segundo o relato do rapaz, ele foi surpreendido com um murro no rosto quando saía do banheiro. Ele diz que a partir deste momento começou uma sessão de tortura que só parou quando desmaiou já perto de casa. O soco no rosto fez com que ele caísse e a cada tentativa de levantar levava mais murros, chutes e pontapés. Sem entender o motivo de tanta ira, vinda de quem deveria protegê-lo, o rapaz conta que perguntava: “O que foi que eu fiz?”. Ele diz não lembrar de quantos eram os policiais, mas assegura que eram militares. A convicção do jovem em afirmar que foi agredido por policiais militares é baseada no sonho que nutria de exercer a mesma profissão. “Não imaginava que agiam assim”, desabafa. Segundo a mãe, o filho agora vê a polícia com outros olhos. O sentimento dela é de revolta. “Meu filho nunca teve problema com nada, todo mundo conhece, pode vir na cidade e perguntar”, relata. Ela lembra ainda que o filho é trabalhador. A mãe procurou a Central de Flagrantes 1, no bairro do Farol, ontem (30), onde registrou Boletim de Ocorrência e, logo após, foi até o Instituto Médico Legal (IML) para que o filho fosse submetido a exame de corpo de delito. Todavia, a mãe diz não parar por aí e afirma que vai procurar a Corregedoria da Polícia Militar e o Ministério Público de Alagoas (MP/AL). “Eu não tenho medo. Hoje foi o meu filho, amanhã pode ser o seu”, declara. Esta é a segunda denúncia contra atuação da PM/AL em menos de uma semana. Na última sexta-feira (27), policiais militares realizaram uma ação truculenta na ocupação Dandara, no Benedito Bentes, aos gritos de: “Quem manda agora é Bolsonaro”. A terra da ocupação foi cedida pelo Governo do Estado em 2018. A Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) foi questionada sobre o fato por meio da assessoria de imprensa da instituição, mas, até o fechamento desta edição, ainda não havia enviado uma resposta.
* Sob supervisão da editoria de Cidades.