As manchas de óleo que surgiram no litoral nordestino por volta do mês de setembro de 2019 continuam mostrando suas consequências negativas, dessa vez, através do dano ao pescado em algumas praias alagoanas. Análise feita por cientistas da Universidade Federal de Alagoas mostraram contaminação em amostras de maçunim. Nos resultados que foram divulgados foram analisados 65 exemplares de pescado, sendo 30 exemplares de peixe e 35 exemplares de bivalves (organismos que possuem concha). “Sessenta e cinco exemplares de pescado foram analisados, entre eles 30 exemplares de peixe e 35 de bivalves, que são os que possuem concha, porém, nas nossas amostras só foram analisados o maçunim e sururu. Nosso monitoramento é feito em dez praias do estado de Alagoas, 5 do litoral norte e 5 do litoral sul. Na análise dos peixes que coletamos eles foram pegos nas praia de Ipioca, Japaratinga e Coruripe. As amostras de maçunim foram recolhidas na região entre Piaçabuçu e Feliz Deserto, já o Sururu foi próximo a Foz do rio Coruripe na praia de Barreiras”, explicou o doutor em Ciências Aquáticas da Ufal Emerson Soares. “Do que foi analisado, lembrando que são poucas amostras, porque precisamos de mais pesquisa para afirmar, mas, os peixes que coletamos nesses locais no mês de dezembro não encontramos problemas. Contudo, o maçunim encontrado entre Piaçabuçu e Feliz Deserto não está apto para consumo, isso claro no mês de dezembro, que foi quando fizemos a coleta, talvez nas próximas amostras analisadas no mês de fevereiro a situação seja diferente”, afirmou
FORÇA-TAREFA
A pesquisa, segundo Emerson Soares,é um trabalho da força tarefa da Universidade Federal de Alagoas e é realizada por mais de 20 pesquisadores em colaboração com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e foi criada quando as manchas de óleo começaram a surgir. “Unimos diferentes áreas de estudo na força tarefa visando analisar o máximo de variáveis possível. Unimos colegas da área de química, de análise de água,de metais pesados, de pescado etc. Todo mundo visando entender o surgimento do problema e uma solução para as consequências que ele deixaria futuramente”, contou o professor.
“Durante o período de surgimento até agora a equipe realizou 4 análises de água. As análises foram duas no mês de novembro, uma no mês de outubro e uma no mês de dezembro. Agora teremos um período de 2 anos de monitoramento porque o óleo em si acabou nas praias mas as consequências aparecem agora. Durante esses 2 anos nós coletaremos dados bimensalmente para analisar a situação. Nesse período emergencial, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020 realizamos as quatro análises da água e duas análises de pescado. Ela [análise de pescado] é referente ao mês de dezembro e janeiro, contudo, foi preciso 3 semanas para que o resultado fosse divulgada. Esse é o praxe das pesquisas”, disse Emerson Soares. Os cientistas da Universidade Federal de Alagoas possuem até o momento quatro análises de água, quatro análises de metais pesados, uma analise de pescado e duas de óleo concluídas, além de um trabalho de biorremediação com o óleo coletado e também uma análise sobre o tipo de óleo que está sendo trabalhado.