Cidades
PROFESSORA ACUSA DIRETORA DE ESCOLA DE INJÚRIA RACIAL
Taynara Silva disse à polícia ter sido confrontada pela dona da escola com afirmações de cunho racista; estudantes fizeram protesto


A professora Taynara Silva, do Colégio Agnes, no Trapiche da Barra, na parte baixa de Maceió, denunciou à polícia ter sofrido injúria racial na manhã da terça-feira (4) por parte da diretora e dona da escola, Suely Silva. Ontem, Taynara e um grupo de alunos organizaram um protesto em frente ao colégio. Com cartazes em mãos, os manifestantes fizeram questão de gritar que “racismo é crime”, chamando a atenção de quem passava pelo local. Taynara, que dá aulas de Redação desde 2017 na escola, relatou ter sido confrontada por Suely Dias, com afirmações de cunho racista. A diretora teria dito que “se alguns dos alunos [que estavam presentes em sala] fossem a ao município de Ouro Branco, trouxessem um chicote ‘do bom’ para fazer a professora lembrar do tempo que ela tanto teme”. A professora é conhecida pelos seus trabalhos contra o racismo. Em sua rede social, é possível ver que ela promoveu projetos de combate ao racismo no próprio colégio em que o episódio ocorreu. À Gazetaweb, Taynara disse que o episódio aconteceu após o filho da diretora, que também é responsável pelo setor administrativo da escola, bater o carro enquanto estava falava ao telefone com ela. Após isso, a diretora entrou na sala em que Taynara estava dando aula, fazendo acusações e proferindo falas de cunho racista, responsabilizando-a pelo incidente com o filho. No momento em que foi procurada pela Gazeta, Taynara já estava no 3º Distrito Policial da Capital, no bairro Ponta Grossa, acompanhada de uma advogada para confecção de um Boletim de Ocorrência (BO) contra a diretora. Segundo relatos de ex alunos do colégio, que não quiseram ser identificados, o comportamento apresentado pela diretora é algo recorrente. Eles afirmam que a diretora sempre emitiu falas de cunho racista, homofóbicos, classista, e assumia postura autoritária no dia a dia. O colégio chegou a emitir nota através de uma rede social, em que lamentava o caso e admitia o erro, no entanto, rapidamente o post foi tirado do ar.
A Comissão de Promoção da Igualdade Social da OAB/AL disse que está acompanhando o caso de perto. Em nota divulgada pela assessoria de comunicação da entidade, a Comissão pede a punição da diretora e dona da escola, Suely Dias.
O presidente da Comissão, advogado Alberto Jorge, esteve em frente ao Colégio Agnes, localizado no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, para prestar solidariedade à professora e cobrar que o crime não passe impune.A OAB informou que os presidentes de três comissões acompanharam a professora Taynara em depoimento e prestaram apoio à vítima de injúria racial.