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Nº 5694
Cidades

VASECTOMIA PASSA A SER 1ª OPÇÃO DE HOMENS QUE NÃO QUEREM mais FILHOS

Procedimento vem crescendo em todo o País, mas número de cirurgias em Alagoas ainda é baixo

Por THIAGO GOMES/ REPÓRTER | Edição do dia 08/02/2020 - Matéria atualizada em 16/04/2020 às 11h34

Casado há 18 anos e com três filhos, Paulo Sérgio acabou optando pelo vasectomia
Casado há 18 anos e com três filhos, Paulo Sérgio acabou optando pelo vasectomia - Foto: ARQUIVO PESSOAL
 

Vários mitos ainda giram em torno dela, mas é fato que a vasectomia tem contribuído, mesmo que de maneira bem tímida, para o controle de natalidade no Brasil e, aos poucos, mais homens optam por fazê-la. Está acessível pelo SUS [Sistema Único de Saúde], consta na lista das mais simples, além de ser segura e rápida, sobretudo na recuperação. Os riscos são baixos de complicações ao paciente, mas o número de cirurgias ainda é baixo em Alagoas. Em 2018, foram feitas mais de 54 mil vasectomias pelo SUS, em todo o Brasil. Em 2019, foram mais de 49 mil. Um dos credenciados para o procedimento pelo SUS, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes fez 19 vasectomias no ano passado contra 16 em 2018. Esta quantidade é muito pequena se comparada à laqueadura (dados desta intervenção não foram divulgados), método executado nas mulheres com a mesma finalidade: evitar a gravidez. Paulo Sérgio Moura é porteiro de prédio, tem 38 anos, casado há 18 e tem três filhos. Para afastar de vez o risco de ser surpreendido com uma nova gravidez, ele diz que conversou com a mulher e ambos entraram em um acordo. A vasectomia se tornou a principal opção do casal após os dois avaliarem o tipo de cirurgia, as possíveis implicações e a chance de recuperação mais rápida. Ele disse que pesquisou sobre o assunto e convenceu a esposa a não fazer a laqueadura por ser um procedimento mais complexo e invasivo. Além disso, argumentou que, por vontade própria, não tinha mais interesse em ter mais filhos, convencendo a companheira de que a cirurgia no homem era a mais indicada para o momento. Apesar do interesse, revela que tinha muitas dúvidas e até alguns receios do que poderia lhe acontecer caso fosse submetido à intervenção. Entre eles, estava o medo de ficar impotente, hipótese que foi logo desmistificada. “Procurei um médico de minha confiança, expliquei para ele que eu gostaria de fazer a vasectomia por já ter três filhos e também por achar que seria uma cirurgia muito simples e de recuperação rápida. Tirei minhas dúvidas e fiquei mais seguro. Foi tudo muito rápido desde a primeira consulta até a realização do procedimento. Em no máximo vinte dias eu já estava operado”. Moura lembra que foi necessário assinar um termo de responsabilidade antes do procedimento. Era uma medida de praxe para evitar contratempos depois que ele estivesse em recuperação. A cirurgia foi feita em um hospital particular, sendo custeada pelo plano de saúde. Foi realizada no começo da manhã e, por volta das 19h do mesmo dia, ele diz que recebeu alta médica. “Não tive qualquer efeito colateral. Com dois dias já estava trabalhando normalmente, claro que com algumas restrições que o médico me passou. Ele me recomendou só ter relações sexuais após quinze dias da cirurgia, devido aos pontos, e que, ainda assim, usasse preservativo até fazer o espermograma [exame que analisa as condições físicas e composição do sêmen humano], que, quando feito, constatou-se que o espermatozoide não tinha mais movimento”. Passados quase dois anos, ele diz que não se arrepende e ainda aconselha a quem, assim como ele, não quer mais ter filhos, a optar pela vasectomia. “A cirurgia não alterou em nada a minha vida sexual, pelo contrário, hoje eu tenho mais prazer sem ter a preocupação de uma possível gravidez indesejada”, detalha.

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