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Nº 5885
Cidades Maceió, 27 de fevereiro de 2020 
População demonstra temor diante da possibilidade de um surto do coronavírus no país. Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz

PROCON CONSTATA FALTA DE ÁLCOOL GEL E MÁSCARAS NAS FARMÁCIAS

Órgão visitou 15 estabelecimentos da capital; não foi registrado abuso de preços

Por Rayssa Cavalcante | Edição do dia 03/03/2020 - Matéria atualizada em 03/03/2020 às 06h00

Após a falta de máscara respiratória facial e álcool gel em farmácias da capital causada pelo primeiro caso suspeito de coronavírus em Alagoas, o Procon Maceió realizou uma fiscalização em cerca de 15 estabelecimentos e não constatou nenhuma aplicação de preço abusivo.

O Ministério da Saúde informou sobre o primeiro caso suspeito do vírus no estado na última quinta (27). Já nesta segunda (2), outros três novos casos suspeitos foram confirmados pela Secretária de Estado da Saúde (Sesau). O primeiro já foi descartado, mas tratava-se de um idoso de 66 anos que voltou da França para Maceió no dia 11 de fevereiro, após conexão em São Paulo. Já são dois casos confirmados no Brasil. De acordo com o diretor do Procon Maceió, Leandro Almeida, as farmácias analisadas não apresentaram preços altos e, sim, a continuação da ausência dos produtos - fato constatado desde a última sexta (28), apenas um dia após o anúncio do caso suspeito. “Por incrível que pareça, nós só encontramos o produto disponível em uma dessas farmácias, mas não havia nenhuma abusividade de preço. Foi justamento a falta do produto no mercado. A gente não encontrou produto para venda”, informou o diretor. Almeida ainda salientou que, após a reposição dos estoques, os maceioenses precisam evitar o consumo exagerado. “A principal dica é que, quando restabelecer os estoques desses produtos em particular, os consumidores só comprem se realmente tiverem a necessidade. A compra por impulso desse produto pode acarretar a falta dele para aquelas que realmente precisam, a exemplo das pessoas transplantadas e as que sofrem com doenças crônicas. Elas precisam de uma máscara de proteção contra vírus e bactérias”, disse.

SEM ESTOQUE

A vendedora Clarice Rodrigues revelou que foi a uma farmácia, no conjunto Stella Maris, no bairro Jatiúca, comprar máscaras e álcool gel, mas não encontrou nada. Ela disse que o funcionário do estabelecimento informou que o estoque acabou em uma hora, pois as pessoas compravam pelo menos três unidades. Já na parte alta de Maceió, a advogada Synthya Maia contou que, em apenas 24 horas, tentou comprar os produtos em três estabelecimentos diferentes no conjunto Graciliano Ramos, na parte alta de Maceió. “Já quis logo comprar, mas não tinha máscara e nem álcool gel. Não achei os dois em nenhuma dessas farmácias”. Procurado para esclarecer a situação, o presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL) falou que o comércio foi pego se surpresa. “No início do mês já tinha aumentado a procura, quando confirmou a suspeita aqui no estado as pessoas começaram a correr procurando esses produtos.” Ele ainda alertou que a população deve seguir as estratégias básicas de prevenção e não entrar em pânico. “O uso desses produtos, por si só, não impedem o contágio. Lembrem de lavar sempre as mãos, de evitar locais com aglomerações de pessoas e manter o cuidado com as mãos na hora de tocar nas mucosas, como olhos, bocas e nariz. Tenham cuidado com as fake news. Procurem os casos confirmados, não criem pânico sem necessidade”, completou o presidente.

O diretor do Procon Maceió, Leandro Almeida, lembrou que o consumidor pode denunciar qualquer caso de preços considerados como abusivos em farmácias da capital alagoana através do número: 9 8882-8326 (Whatsapp).

PRECAUÇÕES

Especialistas afirmam que o uso de máscaras cirúrgicas e álcool em gel não são as únicas alternativas para a prevenção. Robert Andersson, presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), diz que diversas preocupações devem ser tomadas em conjunto para evitar a contaminação. “A forma de prevenção mais importante é a boa higienização das mãos com sabonete neutro líquido. Além disso, ao espirrar ou tossir, ter sempre lenços descartáveis a mão, descartando-o após a utilização e higienizando as mãos em seguida”, afirmou Robert. O presidente ressaltou, ainda, formas de prevenção efetivas que auxiliam de forma conjunta com as recomendações padrões e afirmou que a utilização da máscara se restringe a casos específicos. “Evitar aglomerações e o contato com pessoas com a suspeita do vírus ou potencialmente suspeitas é de muita importância. É importante lembrar, também, que a máscara é importante apenas em casos que se está no mesmo ambiente de alguém que esteja possivelmente infectada, para evitar a transmissão do vírus. Não há razão nenhuma para pânico, é preciso que essas medidas sejam tomadas em conjunto”, tranquilizou o presidente do CRF. Procurada pela Gazeta, a Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas (SESAU) afirmou que as recomendações do órgão segue as medidas determinadas pelo Ministério da Saúde para higienização.

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