Na Itália, desde 2017, para fazer mestrado em Teologia Espiritual, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, o padre alagoano Augusto Jorge vai antecipar o retorno ao Estado devido ao surto de coronavírus na Europa. Temoroso com o aumento avassalador de casos no país em que está, ele informou que volta para casa ainda esta semana com a autorização do arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes. O padre foi para Roma a pedido da própria Arquidiocese de Maceió e concluiu os estudos em novembro do ano passado. Permaneceu na Itália por causa da pretensão que tinha em fazer curso de imersão em língua inglesa e colocar em prática um projeto pessoal de peregrinação, a pé, no caminho de Santiago de Compostela, com duração aproximada de 30 dias. “Comecei a refletir: meu Deus, antes que chegue em Roma, é melhor que eu vá para lá e conversei, neste período, com o meu bispo, o Dom Antônio Muniz, e contei a ele tudo o que estava acontecendo. Como vim para Itália fazer mestrado e conclui, rezei e pensei que posso adiar outros propósitos meus para momentos de férias. O bispo foi muito compreensivo e disse que, se eu tinha condições de retornar agora, a autorização estava dada”, afirmou Augusto Jorge. Ele disse que estava no norte da Itália, no período do carnaval, onde iniciaria o curso de Inglês, quando ficou sabendo do surto do coronavírus na região. E que rapidamente o número de notificações da doença se espalhou. Pela TV, o padre conta que fica sabendo de todas as informações acerca do coronavírus. A cada atualização, segundo ele, as pessoas ficam mais temerosas. “Fomos ficando assustados e o aumento do número de casos gerou uma comoção imensa. De uma hora para outra não se tinha mais máscaras nem álcool em gel disponíveis no mercado. No carnaval, ficou mais tenso porque a gente ficou sabendo do decreto do governo local, numa investida para deter o avanço da doença e evitar que não se espalhe, inclusive para Roma, capital do país”. Por lá, desde o surto, os bispos decidiram celebrar as missas sem público e isto aconteceu já a partir da Quarta-Feira de Cinzas. Os padres, neste caso, estão cumprindo as liturgias sozinhos para evitar o contágio. Já os fiéis não ficaram desamparados: foram orientados a acompanhar tudo pelas redes sociais e em tempo real. “Nas ruas de Roma, vê-se o vazio predominar neste tempo e é muito triste verificar o que está acontecendo, já que a cidade é, no dia a dia, um chafurdo, cheia de brilhos, de vivacidade. Muito diferente da situação atual”, destaca. Como orientação, conforme o padre Augusto, o governo italiano orientou a população a se manter isolada em domicílio. Exames são feitos rotineiramente em pessoas que procuram o serviço hospitalar se queixando de sintomas parecidos com o coronavírus.