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Nº 5884
Cidades

PESQUISADORES DA UFAL DESCOBREM COMPOSTO CONTRA CHIKUNGUNYA

Trabalho faz parte de estudo feito no Laboratório de Química Medicinal e foi premiado na Bélgica

Por Rayssa Cavalcante | Edição do dia 05/03/2020 - Matéria atualizada em 05/03/2020 às 06h00

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) descobriram que um composto codificado por GP-07 pode se tornar um potencial antiviral contra o vírus Chikungunya. A novidade, que foi divulgada nesta quarta-feira (4), faz parte de um estudo feito no Laboratório de Química Medicinal e Grupo de Pesquisa em Regulação da Resposta Imune (Imunoreg), ligado ao Laboratório de Pesquisas em Virologia e Imunologia (Lapevi). O coordenador do estudo e bolsista de pós-doutorado PNPD do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Ufal, o professor Edeildo Ferreira, informou que a pesquisa ainda está em andamento e que, atualmente, o foco é buscar derivados estruturalmente análogos ao GP-07 com maior atividade antiviral e menor citotoxicidade. “Testes in vitro estão sendo realizados e nós almejamos desenvolver potentes e seletivos antivirais com a capacidade de inibir a entrada do vírus em células do hospedeiro, uma vez que não há nenhum medicamento ou vacina aprovada para o tratamento dessa infecção viral, contribuindo assim para o surgimento de novas estratégias terapêuticas”, explicou. O professor ainda esclareceu que as técnicas de modelagem molecular são aplicadas para que um banco virtual de moléculas potencialmente ativas frente ao vírus seja criado. No processo, apenas as moléculas que se mostram mais promissoras nas simulações virtuais são sintetizadas em laboratório. A ação caracteriza as etapas como um planejamento racional de fármacos. Ferreira também contou que, após a purificação e caracterização estrutural dos compostos sintetizados, todos passam por uma avaliação para a coleta de informações em relação ao grau de pureza. Somente aqueles com pureza superior a 95% são enviados para os ensaios antivirais. As avaliações citotóxicas e antivirais desses novos compostos ficaram responsáveis pelo professor e pesquisador Ênio José Bassi [Imunoreg/Lapevi/Ufal] e sua equipe. Ele contou que apenas compostos que não sejam tóxicos em uma determinada concentração testada são considerados aptos a prosseguir para os ensaios antivirais. isso acontece quando existe relação ao ensaio de citotoxicidade.

PESQUISA PREMIADA

O coordenador do estudo revelou que, recentemente, os pesquisadores foram premiados no 5th International Electronic Conference on Medicinal Chemistry, evento realizado pela Universidade Mons (Bélgica). Na premiação, cem trabalhos de química medicinal envolvendo mais de 450 autores de várias partes do mundo foram inscritos. “Nós fomos o único grupo de pesquisa com um trabalho envolvendo Chikungunya e ganhamos na categoria de keynote speaker [destinada aos trabalhos de maior destaque no evento], dentre os 16 trabalhos de maior destaque que foram selecionados para concorrer a esta premiação”, disse.

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