A Secretaria de Estado de Saúde mantém em sigilo absoluto a identidade e os locais de moradia de pacientes que viajaram para países da Europa, Estados Unidos e regressaram com suspeitas de contaminação de coronavírus. As informações dos pacientes, cujo número aumenta a cada dia, estão restritas a um pequeno grupo de servidores da alta cúpula da Sesau. A recomendação faz parte de um dos protocolos da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. A medida de manter sigilo a respeito de quadro de saúde de pessoas doentes também é prática comum entre médicos e profissionais de saúde. Nesse caso de Covid 19, o objetivo é preservar a integridade e a tranquilidade social de pacientes suspeitos e/ou confirmados, por causa do clima de preocupação e angústia da população, que quer evitar a contaminação. Diariamente, a Sesau recebeu ligações, algumas agressivas, de segmentos da sociedade cobrando informações a respeitos dos pacientes suspeitos. Servidores da superintendência de Vigilância em Saúde e de hospitais, como o Hélvio Auto, são consultados constantemente a respeito da evolução da doença. Médicos e atendentes garantem que não há motivo para pânico em Alagoas. Afirmam que não há nenhum paciente internado com sintomas da doença e mantém em sigilo a identidade dos pacientes. A maioria dos casos suspeitos é de pessoas da classe média que fizeram viagem entre fevereiro e março para os Estados Unidos e países da Europa com casos confirmados do Covid 19. Há pacientes com idade acima de 40 anos e duas crianças, diagnosticados “suspeitos” por causa de sintomas como febre, dor de garganta, tosse, coriza, moleza e buscaram atendimento. O quadro gripal desses pacientes exige medidas de quarentena por causa das viagens que fizeram para locais de infestação do vírus que assusta o mundo, disse um médico que prefere manter a identidade preservada. Alguns casos suspeitos estiveram no hospital de referência Hélvio Auto. Ninguém ficou internado lá, até porque os primeiros atendimentos são feitos nas unidades básicas de saúde. O hospital só interna paciente encaminhado. Quase todos os pacientes foram notificados em unidades particulares porque se trata de pessoas de bom poder aquisitivo e dispõem de planos de saúde. O presidente do Conselho Regional de Medicina, Fernando Pedrosa Araújo, confirma que a maioria dos pacientes suspeitos é classe média que tem condições de fazer viagens internacionais. Por recomendação dos médicos e orientação dos Protocolos do Ministério da Saúde, os pacientes, depois de medicados, ficaram em quarentena na própria residência, de forma discreta e sem chamar a atenção nos locais onde vivem. Entre as pessoas que mais buscam informações a respeito de casos suspeitos se destacam empregadas domésticas, prestadores de serviços em condomínios de luxo, entregadores e pessoas idosas. Mesmo assim, o clima nas comunidades mais valorizadas da capital é de tranquilidade. Os profissionais da área de Saúde, como o presidente do Sindicato dos Médicos, Marcos Holanda, Sindicatos dos Trabalhadores da Saúde, da direção dos Conselhos Regionais cobram da Secretaria de Saúde manter em dia os equipamentos de proteção a saúde dos trabalhadores do setor e os insumos necessários para atender pacientes suspeitos e confirmados.