O governo do Estado anunciou, nesta quarta-feira (8), a inauguração para a próxima semana de um hospital de campanha que será utilizado para o primeiro atendimento de casos suspeitos de Covid-19. No entanto, a estrutura que está sendo montada no Ginásio Presidente Fernando Collor (Sesi) em Maceió, não contou com nenhuma participação de entidades responsáveis pela averiguação das unidades de saúde, durante seu planejamento. O hospital, nomeado como Unidade de Urgência para Síndromes Gripais, tem como objetivo direcionar para o equipamento todo o fluxo que chega ao Hospital Geral do Estado (HGE) com sintomas gripais, evitando, assim, que pessoas com suspeitas da doença possam transmitir o vírus para pacientes e profissionais de saúde da unidade. Num cenário como este, a participação dos conselhos relacionados a saúde seria de extrema importância para auxiliar no planejamento da estrutura do hospital, porém, esta não foi a realidade. Segundo Fernando Pedrosa, presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), em nenhum momento o governo do estado convocou a instituição a participar do processo. “Nós, do Conselho Regional de Medicina de Alagoas, temos a função de fazer vistorias técnicas e entender as necessidades que devem ser atendidas pelos hospitais, porém não houve qualquer convite por parte do governo do estado para que estivéssemos presentes na elaboração do hospital de campanha”, disse o presidente do Cremal.

Fernando afirmou, ainda, que assim que for confirmada a inauguração do hospital de campanha, o conselho irá se apresentar para realizar a devida fiscalização. “Onde há um médico, o CREMAL tem que estar presente. Assim que for inaugurado, estaremos presente para realizar as vistorias necessárias”, concluiu.

Assim como o Cremal, o Conselho Estadual de Saúde (CES), instituição também responsável pela fiscalização das unidades de saúde, também foi deixado de fora do planejamento do novo hospital de campanha. Chico Lima, um dos conselheiros do CES, o governo do estado segue mantendo o padrão de não convidar os conselhos de saúde para participar de processos como esse. “Já virou uma prática do governo do estado deixar os conselhos de saúde fora desses momentos. O correto, é que sempre que haja um movimento como essa inauguração, os conselhos estejam presentes. Infelizmente a sociedade perde muito”, disse Chico Lima. Assim como o Cremal, Chico Lima afirmou que deve fazer uma visita à estrutura do hospital nos próximos dias e que, caso seja detectada qualquer deficiência, o CES irá se manifestar. “O CES deve fazer uma visita ao hospital que está sendo montado no Ginásio do Sesi para exercer nossa função de averiguar se a unidade está dentro de padrões estabelecidos pela saúde. Caso seja encontrada qualquer deficiência estrutura, o CES irá apontar e se manifestar para que seja corrigido imediatamente”, concluiu.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.