Coronavírus
PANDEMIA PROVOCA ALTA NO CONSUMO DE ENLATADOS E EMBUTIDOS
Em isolamento social, consumidores alagoanos estão substituindo produtos da cesta de alimentos por produtos mais práticos


Diante da situação de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), enlatados e embutidos estão substituindo a cesta de consumo dos alagoanos, que estão optado neste momento por uma compra mais simples e prática. Essa procura se dá tanto pela redução salarial, que força os alagoanos a se adaptarem à nova realidade, quanto pela facilidade na preparação desses alimentos. Segundo o gerente de um supermercado da parte baixa da capital, Edmilson Delfino, as pessoas estão deixando mais os hábitos de comprar os supérfluos,e estão partindo para os alimentos mais básicos. “Acho que isso se deve tanto as incertezas da economia quanto a praticidade dos produtos semi prontos”, disse. “O público que compra onde trabalho optava mais por fazer as refeições aqui. Devido a esse costume de um alimento mais rápido, estão partindo para os produtos de maior praticidade e que não dão trabalho para ficar pronto, como os enlatados ou os embutidos”, completou. O gerente reforça que o que mais tem saído no momento são os enlatados, por sua praticidade. Já outros produtos, fugindo da alimentação, ele conta que houve pequena queda em produtos de higiene mas que continuam saindo de forma usual, já que não podem faltar na casa das pessoas. Maciel dos Santos, gerente de um supermercado da parte alta, notou também um aumento na procura por alimentos enlatados. Ele relata que a procura aumentou nos setores alimentícios e de higiene. “Essa procura por enlatados é por conta da praticidade para fazer a comida, e também pelo preço. Outra coisa que aumentou muito foi a procura por material de higiene, quase dobrou aqui”, relatou. De acordo com o economista Rômulo Sales, houve uma redução em torno de 18% a 20% no tamanho da cesta de consumo dos alagoanos. Ele conta que as pessoas estão dando mais preferência a itens de necessidade básica, tanto na parte de alimentos quanto na parte de higiene, o que leva uma redução na cesta de consumo. O economista diz também que os alagoanos estão optando por comprar somente o que está faltando, deixando de lado as feiras mensais e substituindo os itens a medida que vão faltando em mercadinhos de bairro. Ele conta que isso se dá tanto pela questão financeira quanto pela saúde, uma vez que comprar em mercadinhos próximos de casa gera menos exposições a ambientes cheios. Para a nutricionista e especialista em gestão de segurança alimentar e vigilância sanitária Vanessa Omena essa procura por enlatados e produtos embutidos pode ser prejudicial a saúde. “Devido à pandemia onde alguns se encontram em quarentena, começaram a comprar alimentos de fácil acesso e custo mais baixo. Com isso o aumento de alimentos embutidos (industrializados), que nós nutricionista classificamos como ultraprocessados – como linguiça, salsicha, mortadela, refrigerantes, hambúrguer, macarrão instantâneo, entre outros”, explicou a nutricionista. “Apesar da facilidade no consumo desses alimentos, não podemos tornar como hábito o consumo deles, porque o excesso dos alimentos embutidos pode prejudicar a saúde, levando a riscos cardiovasculares e ao aumentos do colesterol, devido o aumentos de sódio e gorduras que esses alimentos possuem” destacou.