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Nº 5885
Cidades

Grupo realiza estudo sobre quarentena

Alunas de medicina disponibilizam formulário online para entender como anda a saúde mental dos acadêmicos e, posteriormente, verificar formas de dar suporte a eles

Por VICTOR LIMA/ ESTAGIÁRIO | Edição do dia 29/04/2020 - Matéria atualizada em 29/04/2020 às 10h46

/Professora Camila Wanderley é coordenadora da pesquisa e a aluna Larine Lira, a idealizadora

Foto: Cortesia
 

Cinco amigas do segundo período de medicina do Centro Universitário Cesmac, interessadas em estudos sobre a saúde mental, resolveram criar um projeto de pesquisa para analisar a situação dos estudantes de ensino superior de Maceió, em meio ao distanciamento social estabelecido pelas autoridades mundiais da Saúde. O estudo é o único envolvendo a Covid-19 em todo o Estado e foi aprovado tanto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), quanto pelo Comitê de Ética Nacional (CONEP).

A tarefa é desafiadora, envolvendo 179.980 alunos de ensino superior na capital alagoana. O dado, levantado pelas pesquisadoras, considera tanto a modalidade física quanto a educação à distância (EAD).

A ideia da pesquisa surgiu pela inquietação da estudante Larine Lira ao notar muitos estudos falando sobre o isolamento e a saúde mental originados na China. Larine é bastante envolvida em questões sobre saúde mental. Ela faz parte da Lapsic (liga de psiquiatria do Cesmac), é monitora do curso de Cinema, Psiquiatria e Psicanálise, do professor de psiquiatria da Ufal e da Uncisal Flávio Soares, e ainda faz o curso de psicopatologia do mesmo professor. Os dois últimos cursos são dados no Hospital de atendimento psiquiátrico da Uncisal, o Portugal Ramalho.

"Eu gosto muito do tema de saúde mental e estava sentindo já algumas coisas. Além disto, tem minha avó e meu pai é grupo de risco também. Eu tive que me colocar em total isolamento, e percebi em mim alterações, fiquei mais ansiosa, preocupada. Eu estou com caso de familiar em São Paulo com Covid-19, tenho família lá também, então, foi uma junção das coisas. Todo mundo está sofrendo com isso e eu achei que a questão dos estudantes seria uma boa pauta,  porque todos foram afetados, mesmo com algumas faculdade mantendo aula à distância", afirma.

A partir disso, o engajamento foi grande para dar celeridade ao processo e poder iniciar a pesquisa o quanto antes. Com o convite aceito pelas amigas Manuela Silvestre, Mayara Amaral, Stefánie Pires e Victória Nágila, e a orientação das professoras Camila Wanderley, do módulo de saúde mental do Cesmac, e Aline Tenório. Com a base científica da medicina também do Cesmac, era a hora de correr para colocar o estudo em andamento. "Para produzir o projeto, envolvendo tamanho do amostra, o que vai avaliar toda essa parte de escrita , nós levamos sete dias. Submetemos no dia 10 de abril aos Comitês e no dia 17 já saiu a aprovação", conta. 


Professora Camila Wanderley é coordenadora da pesquisa e a aluna Larine Lira, a idealizadora
Professora Camila Wanderley é coordenadora da pesquisa e a aluna Larine Lira, a idealizadora - Foto: Cortesia
  
Foto: Cortesia
 

A pesquisa

O objetivo do estudo é traçar as melhores estratégias de amparo aos estudantes em momentos como esse. A pesquisa em si consiste em responder um questionário online, por meio do site https://bit.ly/covid19maceio. Não há a coleta de dados pessoais, mas o aluno precisa assinar um termo de consentimento para validar o material. 

"Essa forma de como fazer a pesquisa é onde os comitês de ética mais batem na tecla. Há o resguardo de quem vai participar. Então, isso é para ver se as pessoas querem participar realmente da pesquisa. Se a pessoa se sentir de alguma forma prejudicada, ela pode nos procurar para que a gente resolva. O termo é para que as pessoas saibam do que é e o que vai ser analisado a partir dos dados obtidos, para entender o que vai acontecer, entender os riscos, os benefícios que ele pode ter ou fornecer em termo de estudo acadêmico. Quando ele clica em aceitar, é para a gente saber se ele está seguro de participar daquilo e tirar dúvidas mesmo", destaca.

Para que o estudo seja validado, elas precisam conseguir, pelo menos, respostas de mil estudantes, dos cerca de 180 mil universitários de Maceió. "A gente tem para tirar dúvidas o Instagram [http://instagram.com/covid19], que é mais rápido e direto, e dar mais um suporte mesmo aos estudantes. O estudante tem o direito de nos contatar a qualquer tempo da pesquisa, no antes, durante ou depois também. Se ele desistir, ele para também, ele tem esse direito. A gente já tirou dúvida de quantas pessoas responderam, quantas precisam responder, foi mais uma ferramenta de acesso a esse público, já que eles tem esse vínculo muito grande com a rede social. Precisamos de mil respostas, mas quanto maior o número de participantes, mais verídico o estudo, então, temos pedido apoio à diversas instituições para que a amostragem seja a mais fidedigna possível". 

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