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CONSELHO CRITICA FALTA DE PROTOCOLO DE RETORNO DE PACIENTE

Para presidente do Cremal, medicação precoce e fluxo de retorno poderiam evitar evolução de casos graves de coronavírus

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Imagem ilustrativa da imagem CONSELHO CRITICA FALTA DE PROTOCOLO DE RETORNO DE PACIENTE
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A utilização de medicamentos de forma precoce, até mesmo ainda na suspeita para o Covid-19, pode evitar a evolução de casos graves que necessitem de UTI. Quem confirma essa informação é o médico infectologista e presidente do Conselho Regional de Medicina, Fernando Pedrosa. O posicionamento foi tomado ao repercutir uma fala do ministro da Saúde Nelson Teich, que defende essa mesma posição como forma de evitar a necessidade de respiradores que no momento não atendem a demanda do país. “Ele está correto e isso está sendo testada e aprovada em todos os cantos do Brasil, principalmente, uso precoce da hidroxicloroquina e cloroquina. Existem outros fármacos que têm dado resultado, mas carecem de maior observação. O que deve ser precoce deve ser esses dois medicamentos mais a azitromicina. Agora, logo na suspeita clínica.Chegou alguém com sinais claros de que pode ser Covid-19 tem que entrar com essa medicação, mesmo que a pessoa fique sendo tratada em casa”, defendeu Pedrosa. Para ele, o que precisa ser formatado de modo mais eficaz é o retorno desse paciente para o devido acompanhamento sobre a eficácia das primeiras medias. Ele criticou o protocolo atual, que deixa sob responsabilidade do próprio paciente a necessidade da volta mediante piora do quadro. “Tem que se ter o fluxo de retorno para um ambulatório ou consultório. É preciso construir isso. Hoje o que é que se tem: o paciente vai para uma UPA recebe a medicação e vai para casa. E a orientação dada é de que se piorar volte!.Isso não é uma coisa simples. Tem que ter um retorno previamente estabelecido. A UPA não é o local adequado”, afirmou o especialista. Por isso, defendeu também que uma medida que poderia ser simples e barata, que poderia contar com outros profissionais não apenas médicos ou enfermeiros, como psicólogos, assistentes sociais ou qualquer pessoa com base na área de saúde para ligar para o paciente. Isso seria uma forma de checagem para acompanhar se pessoa manteve o uso da medicação e até mesmo descrever o seu estado geral. “Isso faz toda diferença. Porque se aí o paciente relatasse que mesmo medicado apresentou cansaço teria que retornar imediatamente. Hoje o que acontece é que a demora desse paciente em retornar para a unidade de tratamento, se necessário, é o que precipita o óbito. Hoje todas unidades são unânimes em dizer que os pacientes estão chegando muito graves. E depois disso a chance de salvar são pequenas”, revelou Pedrosa. Em contato com presidentes do país ele tem uma raio-x de quem tem adotado medidas preventivas, logo no primeiro momento estão tendo melhores resultados. Como exemplo, citou o que vem sendo feito em Arapiraca na unidade sentinela, com números de óbitos menor que a capital Maceió. “Lá os pacientes são medicados com a cloroquina, vão para casa, mas retornam parar ser avaliados. E isso dá uma segurança para o tratamento e a todos que estão trabalhando”, confirmou o médico. Ele também lamentou o fato de muitas vezes ser mal interpretado ou compreendido, quando diz que “isso precisa ter” porque ao falar parece que está “denegrindo” a imagem de gestores ou de quem quer que seja.

Por isso defende o fluxo de retorno como sendo estratégico, principalmente porque do modo que tem sido feito na UPA, quase sempre o paciente será atendido por outro profissional, após um tempo de demora, por causa da procura grande da unidade, e o novo atendimento “praticamente começará do zero”.

“Isso é uma questão de humanização. O paciente muitas vezes espera um tempo horrível e aí ele não tem segmento no atendimento. Se construíssemos isso iríamos ver um impacto enorme na letalidade. Isso aconteceu no Amazonas, conforme me explicou o presidente do conselho de lá, e depois da cloroquina internamentos e óbitos diminuíram muito. Tem muitos casos, mas diminuiu a internação de casos graves”, completou o conselheiro. Enquanto isso não tem sido feito em Alagoas, a informação que tem tido acesso sobre o Hospital da Mulher é que tem chegado casos muito graves. O resultado são profissionais estressados e desesperados por causa da quantidade de pessoas que necessitam de entubação e acabam expondo quem trabalha à contaminação. Por acreditar na eficácia da cloroquina, que é fabricada pelo Laboratório do Exército, esta semana o presidente do CRM teve um encontro com o comando do Exército, em Alagoas, para incluir o Estado no roteiro da cloroquina. “Isso é da competência dos gestores, mas se precisar da minha ajuda e eu puder interceder eu o farei pelo bem da saúde”, concluiu Pedrosa.

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