Dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), órgão da Polícia Federal (PF), apontam que em 2018 foram concedidos 69 novos portes de arma de fogo em Alagoas e, no ano seguinte, 124. Um aumento de quase 80%.

O crescimento pode ser resultado das medidas de flexibilização defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Em 2020, até 30 de abril, foram 28 portes, sendo 13 para defesa pessoal e 15 funcionais. Quase um ano e meio desde que assumiu a presidência da República, Jair Bolsonaro segue em defesa do porte de arma. Em reunião ministerial no último dia 22 voltou a falar abertamente do desejo de armar a população que poderia se proteger contra o que qualifica como desmandos durante a pandemia do novo coronavírus. “Eu quero todo mundo armado”, afirmou o presidente Bolsonaro durante reunião, em vídeo divulgado semana passada após liberação do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF). A frase do presidente surgiu quando foi levantada a discussão sobre o descumprimento à quarentena nos estados como forma de evitar “a volta da ditadura” já que “povo armado jamais será escravizado”. Em nota, o deputado estadual Cabo Bebeto (PSL) afirma que defende a mesma bandeira de Bolsonaro. “Eu não acredito que o cidadão de bem que esteja armado e que preencha os requisitos ofereça risco à sociedade. Talvez ele ofereça risco à sociedade criminosa, ou seja, aos bandidos, mas às pessoas de bem, eu não acredito. Prova disso é que o crime passional nunca deixou de diminuir e nunca caíram os números mesmo depois da questão do estatuto desarmamento, e toda a manobra que fizeram. É um direito do cidadão, sim, se defender, defender seu patrimônio e a sua família e ele tem o direito de fazer isso com uma arma de fogo”, explica o parlamentar. Na avaliação do deputado, “o errado na questão do armamento é um ter uma arma e o outro não ter. O bandido vai pensar 500 vezes antes de invadir uma casa se souber que a casa do lado esquerdo, do lado direito, a de frente e a de trás têm pessoas armadas. Se o cidadão estiver sendo roubado, e ele der um grito, vão aparecer várias armas para defendê-lo, então é importante que se dê o mesmo direito às pessoas”, diz. De acordo com o Cabo Bebeto, quando o cidadão preenche os requisitos estabelecidos, pode e deve sim ter direito a sua arma de fogo, à sua posse. “Não é questão de porte, aí cada um vai lutar e ter seus argumentos para tentar tirar o porte, o que é algo mais complicado, mas eu sou sim a favor de que as pessoas de bem estejam armadas para se defender”, finaliza.