Os boletins epidemiológicos emitidos diariamente pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) trazem uma informação preocupante, já alertada pelo Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL). É que o Hospital Geral do Estado (HGE) se transformou num verdadeiro “covidário”, local de tratamento exclusivo da doença, perfil que não caberia a essa unidade.

Em uma semana, mais de vinte pacientes morreram no HGE, todos tiveram diagnóstico confirmado de infecção pelo novo coronavírus. A unidade é referência para casos de urgência e emergência, mas acabou por receber casos suspeitos e confirmados de Covid-19 numa estrutura que abriga pessoas que sofreram infarto, AVC e acidentes de trânsito, por exemplo. Dados publicados na última segunda-feira (1) pela Sesau apontam que, dentre os óbitos confirmados pelo novo coronavírus, nas últimas horas, parte dos pacientes estava internado no HGE. Uma paciente tinha 61 anos, sem registro de comorbidades e que residia em Maceió, assim como um homem de 72 anos, de Rio Largo, que tinha doença pulmonar obstrutiva crônica, e outro de São José da Laje, com 69 anos que tinha doença hepática morreram no HGE após infecção pelo novo coronavírus. Já em relação aos dados publicados no dia 31 de maio, a Sesau confirmou a morte de uma idosa de 81 anos, diabética, também no HGE, assim como um homem de 60 anos, que residia em Santa Luzia do Norte, também diabético e hipertenso. No dia anterior, houve o caso de outra mulher de 61 anos. No dia 29 de maio, um homem de 48 anos que não tinha comorbidades, também faleceu no Hospital Geral do Estado (HGE); além de uma mulher de 67 anos, que não tinha registro de comorbidades. Uma adolescente de 13 anos, que tinha paralisia cerebral e uma idosa de 75 anos, de Passo de Camaragibe, que se tratava de doença cardíaca crônica também faleceram no HGE. Outros casos foram relatados nos boletins da Sesau. Ontem, mais três pacientes do HGE faleceram em decorrência da Covid-19. Eles tinham entre 53 e 75 anos.

O HGE aparece como um dos hospitais com maior número de óbitos de pacientes com o novo coronavírus, ficando atrás apenas das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e do Hospital da Mulher, que é referência para tratar pacientes com Covid-19.

A ocupação do Hospital Geral por pacientes com o novo coronavírus deve-se também a grande demanda e a falta de leitos disponíveis na rede de saúde, tanto que, na tarde dessa terça-feira (2), 168 das 214 vagas nas UTIs estavam ocupadas, um percentual de quase 80%.