É celebrado em junho o mês mundial da conscientização da infertilidade, problema, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge cerca de 15% da população mundial e continua sendo assunto tabu entre parcela da população, principalmente entre mulheres. A especialista em reprodução humana, Juliana Cutrim, esclareceu em entrevista à Tv Gazeta, algumas questões que costumam ser comum entre a população. Para Juliana, a ideia de que o problema de infertilidade afeta majoritariamente mulheres é equivocada, uma vez que, a porcentagem entre homens e mulheres é quase equiparada, sendo 40% da infertilidade entre casais sendo de origem masculina. Ultrassonografia em mulheres e espermograma em homens são alguns dos exames que podem ser realizados para se identificar uma possível infertilidade. Para a especialista é de que grande importância avaliar, também, o homem e não só a mulher. “Ainda existe o tabu de que o problema de infertilidade é unicamente da mulher. O homem também precisa ser investigado, assim como a mulher, é importante avaliar o casal”, disse Juliana. O tratamento de casais que possuem histórico de dificuldade de engravidar, em razão dos problemas de infertilidade, tem sido afetado devido a pandemia do novo coronavírus. Casais em tratamento não estão podendo realizar a transferência de embrião, devido ainda não ser possível saber se a transmissão vertical do vírus pode existir, assim como acontece com o Zika Vírus, que pode levar a má formação do bebê. A recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) é de que os casais em tratamento optem pelo congelamento de óvulos enquanto durar a pandemia, para que a transferência embrionários seja realizada em um segundo momento. Segundo Juliana, a medicina reprodutiva tem feito avanços e já pode garantir a transferência de embriões saudáveis. “Uma das principais ferramentas utilizada pela medicina reprodutiva é o estudo genético de embriões. Antes de transferir, avalia-se a existência de alteração genética, como a Síndrome de Down, além de doenças que podem ser passadas por gerações, como a Anemia Falciforme. O objetivo é ter um bebê saudável no lar do casal”, concluiu a especialista.