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Nº 5884
Cidades Maceió, 04 de junho de 2020  
Sistema Penitenciário de Alagoas. Endereço: Av. Frei Damião de Bozano, 602 - Cidade Universitária, Maceió. Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz

GUARDAS COBRAM POSTO DE SAÚDE EM PRESÍDIOS

No sistema prisional alagoano, quatro reeducandos foram diagnosticados com a Covid-19

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 05/06/2020 - Matéria atualizada em 05/06/2020 às 06h00

A contaminação pela Covid-19 no sistema prisional do Estado está expondo diariamente ao risco guardas prisionais, pessoal administrativo e reeducandos. A Secretaria Estadual de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) atua para minimizar a situação e divulgou que 9 reeducandos estão isolados, sendo que 4 já testaram positivo para a doença, antes da entrada no sistema, e 5 são casos suspeitos. Outros 16 já foram descartados e até a quarta-feira sem o registro de óbitos. Entre os servidores a situação é bastante complicada porque já há 56 que testaram positivo, outros 346 apresentam sintomas e são considerados suspeitos e 265 já foram descartados e 2 morreram. O Sindicato dos Agentes Prisionais teme um colapso com afastamentos, denuncia que que não tem tido acesso aos números atualizados antes da divulgação e cobra a crianção de um Posto médico para o complexo em Maceió. Segundo o presidente da entidade, Petrônio Lima, as últimas informações são de que já existem 25 guardas prisionais contaminados e outros 120 afastados com suspeita ou de forma preventiva. Cada afastamento, segundo revelou implica na sobrecarga de alguma equipe de plantão. A informação foi divulgada no dia 29 de maio para a categoria.

“Tentamos contato com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) para a criação de um posto médico dentro do sistema porque é uma cidade com mais de 5 mil pessoas. Não estamos tendo acesso aos números, depois que contestamos alguns coisas que foram divulgadas. Estão ocorrendo muitos afastamentos não só guardas. Só sei quando publicam”, denunciou Petrônio.

As baixas estão ocorrendo entre os reeducandos, que contaminam uns aos outros até serem diagnosticados e também entre quem trabalha. Quanto aos casos confirmados, a entidade não tem tido acesso se o tratamento é domiciliar ou há alguém em estado mais grave. “Nosso medo é de o sistema colapsar e não termos pessoal nem para socorrer os reeducandos no transporte. Não temos mais equipes para substituir ninguém”.

SERIS

Segundo informou a Sereis, por meio de sua assessoria, todos os reeducandos que foram diagnosticados com a doença e têm pelo menos dois sintomas também estão sendo isolados na estrutura improvisada que funciona na unidade Santa Luzia. De acordo com a secretaria, trata-se de um hospital de campanha. Dentro da unidade, as medidas que estão sendo tomadas incluem a distribuição de álcool em gel, máscaras de pano que estão sendo produzidas no presídio do Agreste e uma barreira sanitária para controlar a entrada de quem tem necessidade de entrar no sistema. A secretaria também adquiriu termômetros infravermelhos que serão usados para a medição da temperatura de quem entra e sai das unidades. A testagem rápida continua ocorrendo todos os dias das 13h às 16h30. A higienização dos ambientes é feita pelos próprios reeducandos que também retomaram a produção de saniantes que são usados para a limpeza. Essas medidas e a vacinação, em massa, para o vírus da gripe H1N1 são consideradas ações de enfrentamento.

Por causa da situação, as visitas e o contato físico estão proibidos. Essa excepcionalidade fez a direção adotar como estratégia o contato telefônico de familiares dos reeducandos com o sistema e, também, quando há necessidade de comunicação por parte de quem está atrás das grades as famílias. Esse trabalho é feito pelas assistentes sociais e psicólogos.

Além disso, dentro dos espaços o uso de máscara é obrigatório. No caso dos guardas prisionais, além da máscara facial receberam máscara de tela, a fim de garantir ainda mais proteção. Outras medidas que foram tomadas, com base nas orientações da 16° Vara de Execuções Penais, foram a suspensão das visitas e a entrega de alimentos aos reeducandos. Quanto ao contato das famílias está sendo estudada a possibilidade do uso da internet no formato de “visita virtual”. A higienização das celas é de responsabilidade dos reeducandos, que estão recebendo todo o material de higiene pessoal e dos ambientes, além de um reforço nas informações de como podem evitar contágio.

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