![](/img/Artigo-Destaque/270000/ESPECIALISTAS-DUVIDAM-DE-VACINA-CONTRA-A-COVID-AIN0027603100-xs.jpg?xid=495701)
ESPECIALISTAS DUVIDAM DE VACINA CONTRA A COVID AINDA ESTE ANO
De acordo com a OMS, 133 candidatas a vacina estão sendo testadas em todo o mundo
Por william makaisy | Edição do dia 06/06/2020 - Matéria atualizada em 06/06/2020 às 06h00
Em meio a recordes em número de infectados e em óbitos por dia, o Brasil se tornou um dos epicentros da pandemia da Covid-19. Apesar do número crescente, vacinas são estudadas em todo o mundo e representam para alguns pesquisadores e profissionais da saúde alagoanos uma esperança de normalização. Contudo, o otimismo para uma possível cura vem junto da paciência, uma vez que acreditam que ela só virá no ano de 2021. De acordo com um relatório publicado no site da Organização Mundial da Saúde (OMS), na última terça-feira (2), estão em desenvolvimento pelo menos 133 candidatas a vacina, sendo que dez delas já estão em fase clínica, ou seja, sendo testadas em humanos. Embora os estudos avancem em todo o planeta, muitos especialistas acreditam que a vacina não estará disponível em 2020. Projeções otimistas falam num prazo de 12 a 18 meses, que já seria recorde.
A mesma projeção de tempo de especialistas ao redor do mundo sobre uma possível vacina é compartilhada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), Fernando Pedrosa. “Algumas vacinas estão iniciando agora o teste em humanos, então eu acho muito precoce para este ano nós falarmos em uma vacina. Mas creio sim que ano que vem nós tenhamos avançado nisso, pelo menos no começo do ano 2021 espero que já tenhamos algo pronto”, disse. “Os testes para uma vacina são complexos, não só a resposta como a toxicidade, tudo tem que ser avaliado criteriosamente. Nós temos uma credibilidade muita grande nas vacinas, a população também, por isso estamos acompanhando essa dinâmica para saber quando poderá sair. Estão em fase de teste, inclusive, por pesquisadores brasileiros. Contudo, os testes possuem fases, então demora um tempo relativamente alto”, explicou o médico.
Os testes clínicos, ou testes em humanos, como são conhecidos, passam por 4 fases. Na primeira fase o medicamento é testado pela primeira vez em poucos humanos. Já na segunda, cerca de 100 a 300 indivíduos que têm a doença ou condição para a qual o procedimento está sendo estudado participam do teste. Na terceira, são usadas para testes de 5 a 10 mil pacientes. É a fase usada para obter mais informações sobre a segurança e eficácia do medicamento. Chegando à quarta e última fase, após um medicamento ou procedimento diagnóstico ou terapêutico ser aprovado e levado ao mercado, testes de acompanhamento de seu uso são elaborados e implementados em milhares de pessoas. O médico frisa que está otimista e que a esperança para uma vacina é grande, contudo ele explica que existe a chance de o vírus sofrer mutações, o que impossibilitaria uma vacina sair rapidamente. A exemplo disso ele fala sobre o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que é conhecido há 30 anos, mas suas constantes mutações nunca permitiram que fosse desenvolvida uma cura.
FORMAS DE DETER A PANDEMIA
Existe, segundo Fernando Pedrosa, uma forma de deter a pandemia sem o uso de vacina, contudo necessitaria que todas as pessoas fossem contaminadas. “É possível se todas as pessoas fossem contaminadas. Sem a vacina não há outro jeito, porém, se mais de 90% da população contrair o vírus seria uma forma de controlar, uma vez que através disso seria adquirido a imunidade. Reforçando que nem todos que contraem o vírus chegam a adoecer. É uma forma de controlar, porém, é extremamente arriscada”, relatou.