O jovem Lucas Bertoldo, de 23 anos, está acima do peso, o que vem lhe causando preocupação em meio à pandemia da Covid-19. “Sou acima do peso desde criança, só que de uns anos pra cá passei de sobrepeso para obesidade, e meu peso máximo ideal seria 76Kg”. Ele continua informando que os riscos de contrair o novo coronavírus, assim como outras doenças – hipertensão e diabetes – são maiores e, por isso, da necessidade do isolamento social. Durante este período de isolamento, ele relata que vem optando por uma alimentação saudável, a fim de melhorar seu bem-estar, como diminuir, também, os riscos de complicação em seu quadro clínico. Lucas ressalta, ainda, que, em casos extremos em que deve sair de casa para ir à farmácia ou supermercado, toma todos os cuidados necessários. “Estou literalmente isolado e, quando preciso sair para resolver alguma pendência, tomo todos os cuidados necessários, tais como o uso de máscara e utilização de álcool em gel nas mãos”.

Lucas é de Recife, mas, recentemente, se mudou para Maceió após passar no curso de Administração da Ufal. Longe da família, ele reconhece que o medo de contrair a doença é maior, principalmente por ter morbidade. Sem nenhum parente por perto, diz que não sabe a quem recorrer, caso apresente algum sintoma do vírus.

O jovem também enfrenta outro dilema: a falta de plano de saúde. “Estou sem nenhum seguro de proteção, o que me assusta. Ser contaminado pela doença e ter que ir para um hospital público é agoniante, principalmente porque muitas unidades estão lotadas e sem equipamentos de segurança necessários para os pacientes e profissionais da saúde”. E ele também faz um alerta: “Eu entendo você querer ver seus amigos e juntar várias pessoas em casa para se divertir e matar a saudade. Porém, existe um risco gigante de contágio no nosso momento atual e basta apenas uma pessoa contagiada para contaminar todo o resto. Então, só peço uma coisa: cuide de quem você ama e fique em casa. Sei que está difícil, mas não está sendo fácil para ninguém. Não coloque a vida das pessoas que você se importa em risco. Vamos todos vencer isso e, quando acabar, voltaremos a normalidade”.

FILHA CUIDA DA MÃE HIPERTENSA

Rosenilda Araújo, de 47 anos, é hipertensa e vem contando com os cuidados da filha, Rosângela Araújo, de 23 anos, que diz estar preocupada com a saúde da mãe neste período de pandemia, visto que a genitora se encaixa no grupo de risco. Conforme Rosângela, o problema de pressão alta da mãe não é tão antigo, mas as idas aos centro de emergência já foram constantes, devido às crises. Ela conta, no entanto, que é comum sua mãe sentir fraqueza e tontura, sintomas que, por vez, já a deixou hospitalizada, porém, atualmente, a doença está controlada. Na pandemia, contudo, para que os sintomas não voltem, Rosângela vem redobrando a limpeza da casa e apostando em uma alimentação mais saudável para toda a família. Sua mãe também não está saindo de casa, após ter a ciência dos riscos da doença viral. Segundo a jovem, a mãe vem dando uma aula de conscientização. A higiene dentro de casa por parte dela também redobrou, e as saídas ficaram restritas apenas à farmácia e ao supermercado.

ALIMENTAÇÃO DURANTE A QUARENTENA

Quem tem morbidade deve ficar atento à alimentação durante a pandemia da Covid-19. Conforme a nutricionista Yasmim Santana, se não seguir uma rotina com alimentos saudáveis, quem está no grupo de risco, deve ser prejudicado, caso venha se contaminar com a doença. “Para os diabéticos, o ideal é seguir com uma dieta restrita de açúcar. Caso a pessoa use adoçante (de preferência os naturais), a recomendação é de 3 a 5 gotas ou 1 sachê por copo. Também é necessário evitar os carboidratos simples, como pães, massas e bolos, e preferir os carboidratos compostos (integrais). Aumentar o consumo de verduras e legumes também é necessário”, falou

“Já os hipertensos devem seguir com uma dieta restrita de sal. O limite de consumo é 5g/dia. Evitar também alimentos gordurosos, embutidos, enlatados e fast-food, pois são ricos em sódio. Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes é também necessário para quem sofre da doença, que deve, ainda, dar preferência aos temperos naturais para a substituição do sal na dieta”, completou a especialista.

“Ter uma alimentação saudável é de extrema importância para a manutenção da saúde e do bem-estar em qualquer situação, principalmente em tempos de pandemia. Com o auxílio de um nutricionista você consegue manter um equilíbrio nutricional que vai te ajudar no controle e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis que são fatores de risco para o coronavírus. A mudança com a alimentação de fato ocorre nesse período, o que é preocupante, pois quando a mudança é radical e em excesso, pode ser prejudicial. É essencial manter uma alimentação adequada, visto que a alimentação é um fator que prediz sua saúde e também aumenta a eficácia do sistema imunológico”, concluiu.