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Nº 5886
Cidades

MOTÉIS DE MACEIÓ REGISTRAM QUEDA DE 70% NO MOViMENTO

Estabelecimentos vêm adotando protocolos de limpeza e outras medidas para evitar transmissão do novo coronavírus

Por william makaisy | Edição do dia 09/06/2020 - Matéria atualizada em 09/06/2020 às 06h00

O decreto de emergência do Governo de Alagoas, em decorrência da pandemia da Covid-19, afetou diversos setores da economia alagoana com o fechamento de serviços considerados não essenciais. Os motéis alagoanos, entretanto, continuam funcionando mesmo durante a pandemia, sofrendo uma redução de 70% no seu fluxo de movimento, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em comparação ao período entre os meses de março e maio do ano passado, a demanda dos motéis reduziu em 70% durante a pandemia, contou Noemy Chen Bueno, proprietária do Fetiche Motel, na parte alta da capital. “Nós notamos uma redução de 70% na demanda devido a pandemia. Esse número foi um grande choque para nosso estabelecimento, já que é um estabelecimento considerado por muitos como supérfluos, que são os que são cortados primeiro em momentos de crise. Então, resolvemos nos preparar para isso e tivemos uma redução de 70% dos nossos clientes”, contou. Paralelo a diminuição no número de clientes presenciais no motel, Noemy Chen notou que a curiosidade dos alagoanos pelos estabelecimentos aumentou. “Não sei dizer se por conta da pandemia ou da quarentena, mas a procura neste ano aumentou muito através de ligações, whatsapp e instagram. Não sei se isso vai acontecer na prática, mas nas redes sociais aumentou muito. Acho que se deve ao fato das pessoas estarem muito em casa e quererem mudar um pouco a rotina”, disse. Ela conta ainda que, o que mais mudou em seu motel foi o protocolo de limpeza. Noemy explica que, uma das bases para seu estabelecimento ser um dos mais renomados em Maceió, é por se preocuparem bastante com a limpeza. Segundo ela, com a chegada da pandemia a limpeza foi redobrada e novos produtos são usados. Além, claro, da redução no fluxo de funcionários e no treinamento dos que permaneceram. Noemy relata que, não estão incentivando o público a ir ao motel porque entende o momento que estamos passando e explica que nas redes sociais do estabelecimento busca uma abordagem mais natural e neutra para deixar as pessoas mais a vontade para decidirem se querem ir ou não.

No motel de Eliene Ramos, localizado na parte alta da capital alagoana, o movimento também caiu, contudo, a proprietária conta que estão tomando os devidos cuidados para receber o público na pandemia. “Temos álcool em gel em todos os nossos apartamentos. Tudo aqui também é higienizado com os produtos necessários, como água sanitária, sabão e desinfetante, além de, claro, o álcool”, informou a proprietária.

DIA DOS NAMORADOS

Apesar do dia dos namorados significar um aumento na procura por motéis e um bom lucro para o comércio alagoano, segundo o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), Felippe Rocha, o comércio deve perder 9,5 milhões em vendas no dia dos namorados desse ano. De acordo com o assessor, em período de plena atividade econômica a data movimentaria em torno de R$ 82,7 milhões, mas, diante da atual situação, a queda será em torno de R$9,5 milhões.

“A estimativa se baseou na série histórica dos últimos 5 anos, onde já analisamos a busca por bens (roupas, calçados, perfumes e etc.) e por serviços (como motéis e restaurantes). Assim, baseado em estudos de impacto para São Paulo e Brasil, chegamos ao número de uma queda possível de 33% ou R$ 9,5 milhões na capital, mas o valor pode ser maior devido ao desemprego elevado no Estado e na capital, e a redução da renda dos indivíduos no Estado e na capital”, avalia Felippe Rocha.

DECRETO

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), com a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) e com a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom/AL), para questionar o motivo dos motéis serem considerados serviços essenciais e funcionarem durante a vigência do decreto estadual, porém, não obteve resposta de nenhum dos órgãos citados.

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