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Nº 5884
Cidades Foto: ©Ailton Cruz

COVID-19 ADOECE 664 E MATA CINCO PROFISSIONAIS DA SEGURANÇA EM AL

Dados incluem policiais militares, civis e bombeiros; PM é a que tem maior número de casos

Por thiago gomes | Edição do dia 24/06/2020 - Matéria atualizada em 24/06/2020 às 06h35

Os casos de coronavírus entre os profissionais da segurança pública seguem avançando em ritmo acelerado. Já são 664 confirmações (até essa terça-feira), com cinco óbitos e 464 recuperados. Estes dados correspondem a policiais militares, bombeiros militares e policiais civis de Alagoas e foram obtidos junto às entidades que representam as classes. Além do risco à saúde, os servidores infectados ainda estão sendo castigados pelo Governo do Estado com corte de gratificações nos salários. Os agentes de polícia, por exemplo, que estão afastados do trabalho por estarem no grupo de risco ou por estarem com a Covid-19, ficaram sem o pagamento do adicional noturno e do auxílio alimentação, o que pode representar uma baixa na remuneração de quase R$ 2 mil, dependendo do nível do policial. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas, Ricardo Nazário, revela que, somente na instituição, são 48 casos de coronavírus confirmados, um óbito registrado e apenas quatro infectados estão recuperados. Foram 105 afastamentos até agora e todos estes ficaram sem as gratificações. “Entramos com ação judicial no Tribunal Regional do Trabalho [TRT] e conseguimos uma decisão favorável para que o Estado mantivesse as gratificações pagas mesmo diante dos afastamentos dos policiais em decorrência da pandemia. O problema é que, até agora, o Estado de Alagoas não foi notificado da sentença por mera burocracia”, destaca Nazário. Ele esclareceu que o dinheiro que falta nos salários dos agentes serve, em tese, para o tratamento de saúde, levando em consideração que boa parte da medicação para Covid-19 não está sendo distribuída pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Ele acrescentou, no entanto, que os equipamentos de proteção individual foram disponibilizados pela Delegacia Geral. A PM é a que registrou o maior número de casos de coronavírus entre os profissionais da segurança de Alagoas. São 538 confirmações, 113 suspeitos, quatro óbitos (de militares da ativa) e 415 policiais recuperados. Estes números foram atualizados no dia 21 de junho e podem ter inflado. No âmbito da corporação, as entidades que representam a tropa têm brigado para que o Estado pague o adicional de insalubridade, diante do risco que evidente do trabalho executado. A Associação das Praças da PM e Corpo de Bombeiros (Aspra) ingressou com uma ação requerendo este benefício. O processo tem como relator, no Tribunal de Justiça de Alagoas, o desembargador Fábio Bittencourt, que espera a Procuradoria Geral do Estado (PGE) se pronunciar a respeito.

“Protocolamos o pedido para buscar o benefício da insalubridade, pois, em meio a esta pandemia de Covid-19, os profissionais da segurança pública não podem ficar em casa por causa da peculiaridade do serviço, classificado como essencial. No entanto, a possibilidade de os militares contrair o vírus é iminente, já que não temos outra opção a não ser continuar trabalhando e servindo a sociedade”, destaca o presidente da Aspra/AL, sargento Wagner Simas Filho.

No Corpo de Bombeiros, segundo a tenente-coronel Camila Paiva, presidente da Associação dos Bombeiros Militares de Alagoas, foram registrados 332 afastamentos relacionados ao coronavírus e gripes inespecíficas. Até agora, são 78 casos confirmados e 68 suspeitos. Dos confirmados, 33 se tratam em casa e 45 se recuperaram. A oficial diz que as unidades dos Bombeiros receberam os EPIs necessários e estão remanejando militares do Salvamento Aquático e dos setores administrativos para suprir a falta dos demais que foram afastados.

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