Cidades
PM: ASSOCIAÇÕES COBRAM APARELHAMENTO DE HOSPITAL


As associações militares engrossarem o coro de cobrança ao Governo do Estado para a necessidade urgente do aparelhamento do Hospital da Polícia Militar (HPM) diante das baixas na corporação provocadas pelo avanço do novo coronavírus. Até o dia 1º de julho, quatro policiais da ativa perderam a vida em decorrência da Covid-19, mas o número passa de 10 quando estão incluídos os da reserva. As entidades avaliam que se a unidade de saúde estivesse aberta, as mortes poderiam ser evitadas. Este é o principal entendimento do presidente da União dos Policiais Militares de Alagoas (UPM/AL), tenente Geovane Máximo Ferreira. Na opinião dele, o hospital está fazendo falta neste período de pandemia, levando em consideração que boa parte da tropa não dispõe de plano de saúde e depende unicamente do SUS. “Temos um hospital que, por força de lei, deveria estar servindo aos integrantes da corporação. Se ele estivesse funcionando e os militares fossem assistidos, possivelmente, não teríamos tantas baixas na PM devido ao coronavírus”, comenta o representante da classe. As assistências hospitalar, médica, odontológica, farmacêutica, laboratorial aos militares de Alagoas estão previstas na Lei nº 5.346/1992. O artigo 30 preconiza que estes serviços devem ser oferecidos à tropa pelo Hospital da PM. Segundo o tenente Máximo, metade do efetivo da Polícia e do Corpo de Bombeiros é composto de militares aposentados, da chamada reserva remunerada. São pessoas com idade acima de 50 anos, geralmente com alguma comorbidade e com outros membros da família também doentes, necessitando de uma assistência médica constante. Ele revela que cerca de 25 mil pessoas, entre policiais e bombeiros da ativa ou da reserva, além de dependentes, viúvas e pensionistas dependeriam diretamente do hospital, já que não têm plano de saúde. “O governador deixou de contratar profissionais, contrariando a lei que obriga o governo a contratar para preenchimento de vagas no quadro de saúde da corporação. Justamente por causa disso, o hospital não está funcionando. Temos lá oito médicos, quando deveríamos ter muito mais pessoas trabalhando, inclusive na parte burocrática. Então, se não está cumprindo a lei, isso se chama omissão”, analisa. Após a morte, por Covid-19, do ex-cabo da PM Marcos Antônio da Silva, 59 anos, ocorrida na semana passada, o presidente da Associação das Praças da PM e CBM (Aspra), sargento Wagner Simas Filho denunciou a falta de acompanhamento dos militares infectados. De acordo com ele, boa parte sequer é monitorada quando está em isolamento domiciliar. “Já temos mais de dez de militares que faleceram de Covid-19, mas não entram na estatística da corporação. Tem outra coisa, o pessoal que está contraindo o vírus, que é diagnosticado, fica liberado para se tratar, mas não tem acompanhamento de médico nenhum da corporação. O acompanhamento é zero”, denuncia Wagner Simas.
Até o dia 1º de julho, a PM divulgou que havia 597 casos confirmados de coronavírus na corporação, com 499 policiais recuperados e 76 notificações suspeitas. Em nota, a assessoria de imprensa da instituição, contrariando a crítica das associações, garantiu que tem acompanhado de perto o estado de saúde dos integrantes da ativa. Informou que os da reserva, quando os familiares fazem o apelo, receberiam o mesmo tratamento, mas justificou que falta, por parte dos parentes, a atualização do quadro de saúde do militar, o que estaria dificultando o acompanhamento.
A PMAL não respondeu aos questionamentos da Gazeta acerca do hospital desativado.