A Arquidiocese de Maceió discutiu, ontem, a realização de um estudo para a reabertura gradual dos templos em meio à nova realidade trazida pela pandemia do novo coronavírus. O assunto foi debatido em reunião virtual realizada entre o clero e um grupo de médicos infectologistas, que vão ajudar na construção do protocolo de higienização. Com a medida, as missas continuam virtuais até que o estudo esteja pronto e seja aprovado. O que deve ocorrer durante esse mês de julho, como observou a médica Luciana Pacheco. “Estamos tendo a reabertura de setores da economia e precisamos saber como o vírus irá se comportar diante dessa situação e a possibilidade de uma segunda onda no aumento dos casos”, disse a médica, que faz parte da equipe da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para enfrentamento da pandemia. Com as determinações do arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, o grupo será formado por médicos e padres que trabalharão em um protocolo inspirado nas experiências de outras dioceses que já iniciaram a reabertura, além de ouvir as paróquias e suas respectivas realidades. A coordenação dos trabalhos será da Pastoral da Saúde. Somente após esse processo é que a Arquidiocese de Maceió irá divulgar a data da reabertura das igrejas. “Nós só podemos construir uma agenda positiva a partir da sensibilidade e da discussão, servindo para a unidade a preocupação espiritual junto à exposição dos médicos que estão na linha de frente”, afirmou Dom Antônio Muniz. Para a médica Maria Tereza Tenório, é momento de reflexão. “Precisamos contar com a colaboração das pessoas para que elas se conscientizem da importância do distanciamento social e do uso de máscaras. Esse será o nosso novo normal nas paróquias até que se tenha uma vacina e a população seja imunizada”, pontuou. Na reunião que contou com onze médicos, os profissionais também colocaram sua visão enquanto católicos. “Eu também sinto falta da vida em comunidade e da Eucaristia, mas precisamos ir com cautela. É muito cedo para reabrirmos totalmente. Precisamos observar os índices das próximas semanas com a reabertura das atividades econômicas e enquanto isso, vamos construindo esse protocolo”, disse o infectologista Fernando Maia. Os padres também expuseram suas opiniões, como o Padre Elison Silva. “Esse protocolo será importante para a proteção dos padres e do povo, como por exemplo, a distribuição mais segura da Eucaristia”.
Dom Antônio Muniz recordou que os sacerdotes devem ser animadores da fé em suas comunidades até que seja colocada a data definitiva para a reabertura das igrejas. “Na peste negra em Milão, São Carlos Borromeu como bispo ficou na cidade animando os fiéis e durante dois anos as pessoas não tiveram acesso aos sacramentos até que tudo estivesse seguro. E mesmo assim, as pessoas não perderam sua fé”, afirmou.