Cidades
QUEDA NO CONTÁGIO INDICA QUE HÁ MENOS PESSOAS VULNERÁVEIS
Para manter redução de casos e de óbitos, especialistas alertam que é preciso que população siga as medidas de prevenção


A semana que marcou o início da fase amarela, com a reabertura de shoppings e magazines, por causaa da tendência de estabilização do número de infectados, mortes e internações por coronavírus chega ao seu final com a boa notícia de que Alagoas entrou na lista dos estados com queda da Covid-19. Os especialistas explicam que isso é importante, mas não significa vitória, e sim que as campanhas, o comportamento das pessoas e a estrutura oferecida atenderam à demanda mais urgente da doença. Foi que explicou a infectologista Luciana Pacheco, que, desde o início da pandemia em Alagoas, tem atuado na linha de frente e vendo o comportamento do vírus no Estado. Conforme destacou ela, a capital e algumas cidades do entorno foram as primeiras a apontar a tendência de queda. “Na verdade, parece que a doença começou a diminuir sua transmissibilidade aqui em Alagoas talvez porque, principalmente em Maceió, muita gente já havia se infectado. E aí o vírus encontra menos pessoas vulneráveis”, explicou Luciana. De acordo com o consórcio de veículos de mídia que inclui o G1, do Grupo Globo, o que determina a mudança de status de Alagoas e os demais estados em relação à Covid-19 tem como base dados colhidos na observação da média do número de mortes nos últimos 14 dias com um percentual de 15%. Quando Alagoas passou para a fase laranja, há três semanas, e posteriormente para a fase amarela, viabilizando a retomada da atividade econômica, isso já tinha como referência a queda progressiva dos efeitos danosos da doença. Depois do crescimento exponencial entre abril e junho, os números foram se estabilizando até apontar a redução.
Nesse mesmo período, a estrutura para o atendimento, nas fases iniciais, com coberturas das UPAs e os centros de triagem de síndromes gripais, aumento do número de leitos clínicos e de UTIs, somado ao Hospital de Campanha Celso Tavares, possibilitaram atenção ainda mais exclusiva aos doentes.
“Outra coisa que talvez pode ter contribuído para isso foi uma melhor condução clínica dos pacientes que foram manejados de forma mais rápida, facilitou a atenção dos pacientes aos cuidados clínicos. No início era fique em casa ou ia apenas para a UPA.E elas ficaram muito cheias e as pessoas não queriam ir para não se contaminar. Mas depois as pessoas foram procurando outras unidades, as quatro da prefeitura e as duas oferecidas pelo Estado”, analisou Luciana. Entretanto, tudo isso agora coloca um novo desafio, que é o de manter essa tendência. E por uma questão simples: o fato de quem estava isolado está sendo reconvocado para o trabalho e, naturalmente, voltar a circular em áreas que estavam fechadas. E isso que faz a especialista alertar que no país existem exemplos de regiões com maior cobertura de saúde, com qualidade de vida melhores que as de Alagoas que reabriram espaços, flexibilizaram medidas e tiveram nova onda de aumento de casos e tiveram que recuar com medidas mais restritivas. “O interior também melhorou a estrutura, mas ainda vemos um número grande de casos, tanto que nenhuma outra área além da periferia da capital (região metropolitana) mudou de fase. Então, não dá para relaxar, muito pelo contrário, é preciso continuar com medidas excepcionais de cuidado com higiene das mãos, distanciamento público, evitar aglomerações e não deixar de usar máscara”, concluiu a especialista. Sesau Procurada pela Gazeta para se posicionar sobre essa tendência e a inclusão na relação das cidades com queda de casos, a Ascom encaminhou a seguinte nota: “Em relação à queda no número de casos da Covid-19, a Sesau destaca que uma parcela da população compreendeu o quanto é importante o isolamento social. O Estado, neste período de mais de três meses de combate à pandemia, efetivou diversas ações, abriu novos leitos, entregou hospitais, encaminhou medicamentos e testes para que a população dos municípios fosse testada. A Sesau, reforça, ainda, que a Covid-19 é uma doença sem cura e a população precisa seguir respeitando os protocolos sanitários, evitando assim que mais pessoas sejam infectadas pela doença”.