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RELIGIOSOS BUSCAM TIRAR LIÇÕES IMPORTANTES DA PANDEMIA

Mesmo de forma virtual, igrejas conseguiram manter contato com fiéis e agora retomam cultos presenciais

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A reabertura das igrejas e outros templos religiosos, mesmo limitados a 30% de sua capacidade, simboliza uma vitória e um momento de acalento para todos os alagoanos que procuram na fé um abrigo e um conforto diante da crise do novo coronavírus. Na capital alagoana, diferentemente das igrejas católicas, que ainda não voltaram com as missas presenciais por estarem analisando o cenário, os templos evangélicos já estão reabrindo aos poucos. Independentemente do viés religioso, há consenso de que a fé, em momentos de crise, se torna cada vez mais importante. De acordo com o pastor Eliel Santos, a relação com os fiéis, mesmo quando os cultos presenciais não estavam liberados, não mudou. “As nossas relações com os membros de nossa igreja continuou praticamente a mesma. Apesar de ser virtual, nós mantivemos o contato e o cuidado com nossa família. Nosso relacionamento em relação a isso tem sido praticamente normal, tentamos sempre manter uma presença na vida de nossos irmãos, com palavras de conforto e cuidando”, disse o pastor. “Em alguns casos o contato se tornou até mais pessoal, porque as pessoas começaram a precisar mais, dada a situação que estamos vivendo. Devido à Covid-19 nós recentemente perdemos um irmão de nossa igreja. Tivemos um funeral, seguindo todos os cuidados, com poucas pessoas e fizemos, inclusive, um momento de culto, de celebração, uma coisa mais funeral, para reconfortar os que ficam.” Segundo o pastor, mesmo após a liberação de funcionamento por meio do Decreto Estadual, a igreja não voltou de imediato, precisou reunir o conselho para tomar a decisão. Ele informou que a igreja voltaria a funcionar nessa sexta-feira (24), seguindo todos os protocolos de saúde para manter a vida e a saúde de todos os fiéis que frequentam o templo.

LIÇÕES

O pastor salienta que momentos difíceis também são momentos em que se podem tirar lições e aprendizados sobre a vida como um todo. “As lições nesse momento são muitas. A primeira, claro, é que entendemos que a igreja, mesmo fechada fisicamente, continua aberta, servindo e ajudando o próximo. Não deixamos de servir ou cuidar do outro, temos várias campanhas de ajuda financeira e cestas básicas, dos nossos irmãos. Isso continuou mesmo o fechamento, porque está acima do físico”, contou. “Aprendemos também a usar fé e razão, porque elas também andam de mãos dadas. Nossa igreja, inclusive, foi uma das pioneiras em fechar o templo mesmo antes da oficialização da pandemia. Isso é razão e prudência, cuidado com nossas vidas. Temos que ter cuidado com nossas ‘ovelhas’, porque, se você olhar bem, elas são, de fato, o mais importante do reino de Deus. Fé e razão devem caminhar juntas”, destacou Eliel Santos. O religioso também conta que, na dificuldade, aprende-se quão frágeis somos diante de situações como a que estamos vivendo. Contudo, o pastor salienta que, apesar de vulneráveis, não estamos fadados ao fracasso ou estamos sozinhos, que sempre, através da fé, há uma solução e esperança de um amanhecer melhor. “As experiências são muitas e, entre elas, a principal é aprender a lidar com as crises e com os momentos difíceis”, frisou o pastor. Diante do momento vivido, o apego à fé se tornou maior, trazendo até mesmo aqueles que não eram tão próximos à igreja, segundo o pastor. “A fé é base da vida religiosa, e para ter noção, alcançamos pessoas que nunca tiveram acesso a cultos e à Bíblia. Tenho alcançado pessoas que sequer frequentavam a nossa igreja. Essa pandemia deixou as pessoas muito mais próximas de Deus. Sabemos que as vezes é através de traumas e momentos difíceis que as pessoas procuram o divino.”

CATÓLICOS

As igrejas católicas de Alagoas por ora permanecem com as portas fechadas e mantendo apenas as transmissões ao vivo para os fiéis, através das redes sociais da Arquidiocese e das paróquias. O arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, lembrou que igrejas de outras denominações já estão abertas e pediu paciência aos católicos. “As nossas ainda não estão! Só serão abertas com a devida segurança. Tenham paciência e compreendam a minha preocupação real com a vida e a saúde das pessoas.” De acordo com o padre Cicero Lenisvaldo, coordenador de uma comissão formada por padres e médicos para analisar o retorno seguro das igrejas católicas, as medidas de saúde foram tomadas e aguardam apenas o parecer do arcebispo. “Preparamos o plano com orientações em vista da reabertura das igrejas e já entregamos a D. Antônio. No plano tratamos somente das orientações, tais como distância de segurança, higienização, etc. Quanto à data para a reabertura, deixamos a decisão com o arcebispo”, disse. Apesar das portas fechadas, o contato com os fiéis continua constante nesse momento.“Tivemos que suspender o contato presencial com os fiéis, mas não paramos de celebrar os atos litúrgicos, apenas os fazemos agora de portas fechadas, sem a participação do povo”, informou a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Maceió.

*Sob a supervisão da editoria de Cidades.

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