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Nº 5693
Cidades

SANTA CASA RETOMA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

Queda dos casos de Covid e novos protocolos de segurança possibilitaram volta das cirurgias eletivas

Por Clariza Santos | Edição do dia 11/08/2020 - Matéria atualizada em 11/08/2020 às 06h00

Com a diminuição dos casos de internação em razão da Covid-19, foi iniciado, em julho, o processo de retomada das atividades cirúrgicas eletivas na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Para evitar a disseminação da doença, conforme a assessoria de comunicação da unidade de saúde, foi necessário, dentre outras medidas, cancelar todas as cirurgias eletivas que pudessem ser postergadas sem que houvesse prejuízo para o paciente.

“Houve uma conversa com diversos setores para estabelecer um alinhamento sólido de segurança, tanto para o corpo clínico como para os colaboradores e pacientes. Com a pandemia, ficou muito grande a demanda de pacientes que precisavam se submeter a procedimentos cirúrgicos, e, conforme a situação epidemiológica foi melhorando na região, começamos a colocar o planejamento feito ao logo desse tempo em atividade para esse retorno”, disse o cirurgião Rogério Bernardo.

Antes da pandemia, a Santa Casa de Maceió fazia uma média de 200 cirurgias por semana. No auge do novo coronavírus, passou a fazer de três a quatro procedimentos por dia, dentre cirurgias de urgência e oncológicas. Até 15 de julho, o centro cirúrgico do hospital ficou fechado, dispondo, apenas, de quatro salas: uma preparada com pressão negativa e utilizada para a paramentação do paciente com Covid-19, e outras três salas para cirurgias de urgência dos pacientes que já estavam internados, mas sem a doença. “A queda do movimento foi gigantesca, mas esse retorno é gradual, pois dependemos da necessidade do paciente por cirurgias que, realmente, precisam ser realizadas. Além disso, temos que ter uma combinação de fatores: o cirurgião tem que querer operar e o paciente tem que estar disponível. Apesar de tomarmos todas as precauções, ainda assim, não podemos garantir a ausência completa de risco de contágio, mas colocamos o paciente num ambiente mais seguro possível, rodeado de processos e procedimentos para que ele não seja submetido ao contagio da Covid-19, mas a garantia é impossível, nem dentro nem fora do hospital”, destacou o cirurgião.

Paciente precisa ficar em quarentena antes da cirurgia Durante o auge da pandemia, o hospital foi dividido em área Covid e Não Covid. Para tanto, um novo fluxo de circulação foi feito por uma equipe multiprofissional (farmácia, enfermagem, CCIH, engenharia, dentre outros setores). “Fizemos um levantamento de todos os procedimentos por especialidade da fonte pagadora SUS e que foram suspensos. No dia 15 de julho, voltamos com a regularização dos relaxantes (medicação anestésica que é utilizada por pacientes de Covid-19) e com as cirurgias de urgência em pacientes que precisavam operar, pois tinham o risco de uma complicação maior e já aguardavam há quatro meses por cirurgia. Em agosto, retomamos as eletivas. A retomada foi feita em três fases: cirurgias de urgência, priorizando as que não necessitavam de UTI, já que as unidades de terapia intensiva estavam muito cheias com paciente Covid-19; planejamento do mapa cirúrgico um dia antes do procedimento considerando o gerenciamento do planejamento de leitos e número de altas; e checagem dos EPIs e da capacidade instalada dos anestésicos”, explicou a gestora da Linha Cirúrgica, Nair Gusmão. Para a segurança das cirurgias, o paciente precisa ficar em quarentena e, caso seja necessário, realizar o teste do novo coronavírus. O hospital também dispõe de um checklist no pré-operatório que é aplicado durante a marcação cirúrgica. Nele, o paciente é perguntado se ele ou alguém da família teve algum sintoma de Covid-19. Ao dar entrada no hospital, a enfermagem segue gerenciamento de risco. O paciente é acompanhado até o 14º dia após a cirurgia. “A Santa Casa de Maceió foi o primeiro hospital de Alagoas a receber pacientes com Covid-19, e, provavelmente, será o último a deixar de ter. Somos referência pela qualidade na assistência. O hospital já tem um perfil na prestação de serviço de alta complexidade ao paciente SUS. São vários procedimentos feitos apenas pela instituição. E o papel da instituição durante a pandemia ficou muito claro. O do centro cirúrgico também. Além de ter que parar pela disponibilidade de leito, nossa recuperação pós-anestésica foi adaptada para uma UTI Não Covid. O paciente que sofreu um AVC, um infarto ou precisou fazer uma cirurgia de urgência teve espaço livre de contaminação nessa instalação. Foram momentos muito críticos, mas, graças a Deus, não posso dizer que deu tudo certo por conta das vidas que foram perdidas para a doença no mundo, mas, dentro do possível, pudemos prestar o melhor atendimento possível”, ressaltou Rogério Bernardo.

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