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Cidades

AL TEM CASO SUSPEITO DE NOVA SÍNDROME QUE AFETA CRIANÇAS

Médicos investigam se doença está relacionada à Covid-19; até julho mais de 70 casos foram registrados em quatro estados

Por regina carvalho | Edição do dia 11/08/2020 - Matéria atualizada em 11/08/2020 às 06h00

Na semana passada, o Ministério da Saúde, voltou a alertar sobre o monitoramento de casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) em crianças e adolescentes, entre 7 meses e 16 anos. O desafio é identificar se a SIM-P pode estar relacionada à Covid-19. Em Alagoas, os médicos estão atentos a possibilidade de ocorrência da doença e já admitem casos suspeitos. “Suspeitos, a gente tem dois ou três casos, mas um bem fundamentado, que não foi acompanhado por mim. Um eu atendi, é uma criança, mas provavelmente trata-se da síndrome do Kawasaki e não de inflamatória multissistêmica. A SIM-P não existia antes da Covid, se assemelha com Kawasaki, com características diferentes. Mas essa existe desde antes”, explica o pediatra Oscar Presmich, que atua na Santa Casa de Maceió. “A Síndrome Inflamatória Multissistêmica foi observada em crianças que tiveram infecção pela Covid numa fase mais tardia. Pode levar a óbito, mas é muito raro. Pode ocorrer em adulto, mas é mais comum em crianças mais velhas e adolescentes”, acrescenta o pediatra, que acompanha atento relatos da nova síndrome que pode estar associada à Covid. Segundo a Agência Saúde, “Na última semana, o Ministério da Saúde implantou a notificação destes casos nos sistemas de monitoramento, bem como mantém conversas com as secretarias de saúde dos estados e municípios para orientar o diagnóstico e atendimento de possíveis casos por profissionais de saúde através da identificação dos sinais e sintomas mais comuns”. De acordo com o MS, até julho, mais de setenta casos foram registrados em quatro estados brasileiros: Ceará, Pará e Piauí e Rio de Janeiro, que também registrou óbitos. “A maioria dos casos relatados apresentou exames laboratoriais que indicaram infecção atual ou recente pelo SARS-CoV-2 (por biologia molecular ou sorologia) ou vínculo epidemiológico com caso confirmado de Covid-19. Embora esses casos descritos apontem para uma possível relação de uma nova característica da Covid-19 em crianças e adolescentes, cabe ressaltar que estas ocorrências foram raras até o momento, frente ao grande número de casos com boa evolução da doença entre crianças e adolescentes”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta mundial aos pediatras relatando a identificação de uma nova condição clínica, possivelmente associada à Covid-19, caracterizada pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P), com manifestações clínicas similares à síndrome de Kawasaki típica, Kawasaki incompleta e/ou síndrome do choque tóxico. Entre os sintomas mais frequentes estão febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, comprometimento respiratório, entre outros. Segundo a Agência Saúde, em maio, pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, elaboraram um protocolo com orientações de diagnóstico e atendimento para casos relacionados à síndrome rara no Brasil e descobriu que o tempo entre a exposição ao vírus e manifestações clínicas da doença variou entre 6 e 60 dias. O MS informou à reportagem que não houve alteração do número de casos. Já a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) disse que até agora não foram confirmados casos.

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