A Covid-19, doença gerada através da infecção do novo coronavírus, não é a única doença que preocupa os alagoanos. A dengue, que é uma doença febril grave causada por um arbovírus, também já foi responsável por óbitos e contaminações no estado. Contudo, de acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, os casos de dengue em Alagoas diminuíram em 86% de janeiro a julho deste ano, chegando a 1.118 casos confirmados, em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 8.009 casos. De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), os casos de dengue no estado de Alagoas, entre janeiro e julho deste ano, diminuíram cerca de 86%, se comparado ao mesmo período do ano passado, chegando a 1.118 casos, diante dos 8.006 casos registrados no primeiro semestre de 2019. O número de óbitos também sofreu diminuição. Em 2019, de acordo com os dados, tivemos 2 óbitos em decorrência de casos da dengue, já em 2020 não houve nenhum óbito registrado. Essa diminuição, contudo, não representa que as pessoas deixaram de ser contaminadas pelo vírus, segundo Diego Hora, gerente de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). “A nossa orientação durante a pandemia foi de que as pessoas permanecessem em casa, ou seja, não procurassem unidades de saúde, o que pode influenciar direto nesses dados. As arboviroses, até mesmo a dengue, se manifestam de diferentes formas, existem dengues que se manifestam de formas leves, por exemplo, o que pode levar as pessoas a adoecer e não procurar unidades de saúde, gerando subnotificação”, disse.
“Como eles tiveram casos leves, que podem ser tratados em casa e não evoluíram para formas graves, as pessoas não foram atrás de unidades de saúde, que pode ter levado muita subnotificação de casos. Se as pessoas não procuram ajuda, os órgãos de controle registram como se houvesse uma diminuição, que de fato é o que houve nos dados, e isso é o preocupante”, explicou.
Diego Hora contou também que a subnotificação dos casos preocupa porque as pessoas acham que a contaminação diminuiu e param de tomar os cuidados. O gerente de vigilância e controle de doenças transmissíveis explicou, no entanto, que, no que tange aos óbitos e sua diminuição, o número é mais confiável porque a captação é feita em serviço. “Se alguém chega na forma grave e vai atrás de serviço nós vamos conseguir captar. Então, como o número de óbitos sempre é menor não sabemos como as coisas de darão nesse segundo semestre”, relatou Hora.
CUIDADOS
Hora salientou que, os cuidados para as arboviroses permanecem os mesmo de sempre, entre eles, a limpeza redobrada. “Para que não tenhamos um novo ‘boom’ de dengue temos que ficar atentos aos cuidados, entre eles, o principal é a limpeza dos locais, e principalmente dos depósitos a nível de solo. Nisso podemos incluir aqueles depósitos onde colocam água para consumo humano, tais como caixas d’água, baldes, tonéis etc. Esses locais devem ser bem vedados e limpados com frequência”, afirmou. Ele frisou também que, por decreto da pandemia, houve uma redução dos trabalhos dos profissionais agentes de endemias, que lidam com as fiscalizações. Diego Hora explicou que, apesar do trabalho ser reduzido, eles não pararam. Segundo o gerente, a mudança no trabalho se deu principalmente nas visitas dentro das residências, que por recomendação do Ministério da Saúde, não estão sendo mais realizadas, sendo trocadas por visitas peridomiciliares, ou seja, os agentes examinam apenas a parte externa das casas.