Cidades
PESQUISADORES ALERTAM PARA BAIXA TESTAGEM
.

O último relatório do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, formado por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), alerta sobre a baixa testagem para o novo coronavírus e que isso pode trazer prejuízos em relação aos resultados obtidos no combate à pandemia no estado, já que ao longo das últimas semanas a queda nas notificações foi acompanhada pela diminuição no número de testes realizados. “Segundo o boletim de testes, Alagoas possuía no último dia 27 um estoque de 83.902 testes, sendo 63.158 kits de amplificação de RT-PCR e 20.744 testes rápidos. A partir dos dados disponíveis no repositório Monitoramento do número de casos de Covid-19 no Brasil, observa-se que o quantitativo de testes realizados pelo estado (4.928 teste/100 mil habitantes) é inferior àquele realizado no Brasil (5.559 testes/100 mil habitantes)”, explica trecho do relatório do Observatório Alagoano. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que a quantidade de testes disponíveis é suficiente para atender a demanda, que há um estoque de mais de 20 mil testes rápidos e mais de 63 mil do tipo RT-PCR. Desde o início da pandemia do novo coronavírus foram realizados quase 53 mil testes rápidos nas centrais de triagem em Maceió e Arapiraca. “Foram recebidos pelo Lacen-AL 19.498 solicitações para exames de covid-19. Já foram processadas 18.824 e seus resultados foram liberados, o que representa 96,5% de todas as amostras recebidas. Destes 53,06% foram positivos”, informou a Sesau. Ainda segundo a Secretaria de Saúde, foram mais de 15,5 mil testes rápidos realizados em Arapiraca; 15 mil no Shopping Pátio, parte alta de Maceió e 22,3 mil no Ginásio do Sesi, no Trapiche da Barra. De acordo com o relatório do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, “entre julho e a primeira quinzena de agosto, o tempo médio para retorno dos exames RT-PCR foi superior a dois dias, conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde. Além disso, a proporção de testes RT-PCR (5%), em relação ao total de testes realizados, representa uma outra limitação no monitoramento em tempo real da disseminação da doença no estado. Assim, reiteramos a necessidade de aprimoramentos na política de testagem para que possamos descrever com clareza a real situação da pandemia da Covid-19 em Alagoas”, acrescentam os pesquisadores da Ufal. “O teste PCR é o melhor teste porque procura o próprio DNA do vírus, só que tem um tempo correto de ser feito, tem que ser feito nos primeiros dias de sintomas. Com mais tempo de sintoma da covid, o mais indicado é a sorologia que procura os anticorpos que o vírus produz no nosso corpo e quando se fala em identificar a imunidade, o sorológico é melhor. Quando chegarem as vacinas, por exemplo, os testes sorológicos é que serão feitos para saber se a vacina fez efeito no organismo”, afirma o farmacêutico e bioquímico João Vitor de Araújo Sales.