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OBRA SERIA PRIMEIRO CORREDOr DE TRANSPORTE DE MASSA DE AL

Os estudos para dotar Maceió e região metropolitana de novas rotas do VLT se multiplicaram nos últimos dez anos. Os dois mais recentes são de 2016: um proposto pelas lideranças políticas, que planejaram estender a linha até Mangabeira, com parada no shopping Maceió. O projeto terminou engavetado em Brasília. O outro, no mesmo ano, era um planejamento “faraônico” do governo Renan Filho que ligaria Maceió ao aeroporto Zumbi dos Palmares, em Rio Largo. Ambos nunca saíram do papel. O projeto do Executivo foi divulgado oficialmente em julho de 2016 com a publicação do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) pela Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). Chegou a ser considerado como “um importante passo para a implantação do VLT em Maceió”. Na ocasião, a PMI tornou pública a intenção do governo de Alagoas de realizar a parceria público-privada para viabilizar a construção do VLT que ligaria o centro de Maceió ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares. O edital autorizava empresas privadas a desenvolverem projetos e estudos de viabilidade da obra, contemplando sua implantação, ampliação, manutenção, operação e gestão do modal. O secretário de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Christian Teixeira, destacou na época a importância do convênio. “É de total interesse do governo do Estado que parcerias que visem facilitar a vida dos alagoanos sejam firmadas. Mais agilidade, conforto e segurança no deslocamento dos cidadãos são imprescindíveis na construção de uma nova Alagoas”. Até hoje, cerca de 100 mil passageiros que, apesar da pandemia do coronavírus, trafegam em ônibus lotados, entre Maceió e Rio Largo esperam a construção do VLT na mesma rota. O primeiro corredor de transporte de massa do Estado previa 20,1 km de extensão de Maceió até o Aeroporto. Utilizaria o mesmo espaço das vias urbanas já existentes – Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro. Isso deveria melhorar as condições de transporte de 150 mil pessoas todos os dias. Na previsão, o projeto seria executado pela Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) O VLT da Fernandes Lima previa a construção de duas estações extremas, uma na região central da cidade, no mirante do Chalita, e a estação do aeroporto. Além dessas estações extremas, comporiam o projeto outros quatro terminais de integração modal, que permitiriam o fluxo de passageiros entre o VLT e os ônibus de transporte coletivo, e outras 13 estações de embarque e desembarque. Tudo no papel. Teria 25 trens, com capacidade para 400 pessoas cada. Nos horários de pico, essa frota implicaria aproximadamente 16 mil pessoas sendo transportadas pelo sistema. As estações previstas teriam infraestrutura, que possibilitaria o pagamento anterior ao embarque. O VLT ofereceria quatro linhas de transporte. A primeira, da estação central de Maceió até o terminal do Jardim Petrópolis, na altura do hipermercado Makro. A segunda, da região central à Ufal; o terceiro, do terminal do Tabuleiro dos Martins ao Aeroporto, e a quarta e maior linha, do centro ao aeroporto, em Rio Largo. O secretário de Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral, ressaltou, na ocasião, a transformação social que proporciona a implantação do projeto. “É importante que o governo se disponha a firmar essas parcerias público-privadas, em especial para a realização de importantes obras como a de implantação do VLT, que transformará a mobilidade urbana da capital e toda a região metropolitana. Esperamos que as empresas se interessem em firmar essa parceria que beneficiará todo o cidadão maceioense, com um sistema de transporte rápido, eficiente e integrador. Como gestor, é gratificante participar desse marco histórico para nosso Estado. Estaremos, de fato, transformando o cenário urbano de nossa capital, contribuindo de forma relevante para a construção de uma nova Alagoas”. Tudo um sonho a exemplo do aeroporto de Maragogi e do Estaleiro de Coruripe, que permanecem no papel e dificilmente serão colocados em prática nos próximos dois anos, revelam engenheiros de transportes que preferem não ter seus nomes revelados. AF