Cidades
ASSASSINATOS DE MULHERES CRESCEM 5% NO 1º SEMESTRE EM AL
De janeiro a junho deste ano, 55 mulheres foram vítima de homicídio no Estado; no mesmo período de 2019 foram 52


O isolamento social – medida adotada em decorrência da pandemia do novo coronavírus – elevou os casos de agressão e assassinatos de mulheres. As entidades alertam que há uma situação grave ainda que deve ser levada em consideração: a subnotificação, que já era preocupante, aumentou durante os últimos meses de combate à Covid-19. Dados da Secretaria de Estado da Segurança Púbica (SSP/AL) apontam que de janeiro a junho do ano passado ocorreram 605 assassinatos em Alagoas e, desse total, 52 eram mulheres. Em relação ao mesmo período de 2020 houve aumento de mais de 5%, meses com registro da pandemia, já que ocorreram 55 homicídios de vítimas do sexo feminino e 707, incluindo de homens. “É muito provável que o número de casos de violência contra a mulher tenham aumentado consideravelmente em Alagoas, assim como em outros estados. A gente pode perceber o aumento sensível de procura pelos serviços do 190 e 180. Essas chamadas aumentaram. Como advogada da ONG Centro de Defesa dos Direitos da Mulher percebemos que os contatos quadruplicaram durante a pandemia. A gente percebeu que essa procura aumentou em relação a necessidade dessa mulher de ter acesso a informações e buscar assistência psicossocial”, destacou Mylla Bispo, advogada do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher e Membro da Comissão Especial da Mulher da OAB/AL. “Especialmente em Maceió temos uma Rede de Enfrentamento a violência contra Mulher razoavelmente estruturada, como a presença de delegacias especializadas, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), a Patrulha Maria da Penha e o Centro de Defesa dos Direitos da Mulher. Entretanto, fora da capital, de modo geral, não há uma estrutura especializada no acolhimento e atendimento a mulheres em situação de violência. Dessa forma, o processo de encorajamento da vítima para denunciar é mais difícil. Além disso, consideramos que, em tempos de pandemia, a restrição de acessos a alguns serviços dificulta no recebimento de denúncias, bem como no acolhimento de mulheres”, acrescenta a advogada. De 19 de março a 18 de junho deste ano, foram relatados às autoridades da segurança pública, 306 casos de lesão corporal contra mulheres. No mesmo período, em 2019, ocorreram 432. Levantamento feito pelo G1 e publicado nesta quarta-feira (16) aponta que o Brasil registrou um aumento de 2% no número de mulheres assassinadas no primeiro semestre de 2020 em comparação ao ano passado. Em relação aos feminicídios – quando ocorre também o assassinato da mulher – mas quando a vítima é morta pelo simples fato de ser mulher, houve queda do número de casos em Alagoas. Foram 26 notificações de janeiro a junho de 2019 e 15 no mesmo período de 2020, uma redução de mais de 42%.