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Nº 5692
Cidades

MOTORISTAS COMPLEMENTARES PROTESTAM CONTRA CLANDESTINOS

Categoria suspendeu viagens ontem para cobrar fiscalização contra táxis-lotação

Por greyce bernardino | Edição do dia 23/09/2020 - Matéria atualizada em 23/09/2020 às 06h00

Motoristas de transportes complementares realizam, na manhã desta terça-feira (22), um protesto motivado pelo grande número de veículos irregulares circulando entre as cidades alagoanas sem fiscalização. Por causa do ato, os serviços dos complementares estão paralisados hoje. Para os motoristas, há uma ‘concorrência desleal’. O ato acontece em três pontos, sendo um no conjunto Eustáquio Gomes, bairro Cidade Universitária, parte alta de Maceió; no Trevo do Polo, em Marechal Deodoro; e outro na cidade de Satuba, região metropolitana. Além disso, os motoristas se dividem em outras cidades, como Atalaia, Teotônio Vilela, São Miguel dos Campos, Penedo e Porto Calvo. De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Complementares de Passageiros de Alagoas (Sintrancomp/AL), Maércio Ferreira, a categoria cobra que a Justiça se posicione sobre a decisão que proíbe a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) de fiscalizar o táxi-lotação, que faz o transporte entre os municípios do interior e a capital alagoana, o que vem, portanto, prejudicando a categoria. “O motivo do ato de hoje é o transporte clandestino. Agora, na pandemia, o número desse serviço aumentou e, para a surpresa da gente [complementares], teve uma decisão da Justiça que proibiu a Arsal de fiscalizar os táxis-lotação. Isso, consequentemente, prejudica a categoria e deixa o transporte complementar financeiramente inviável. Por causa dos transportes clandestinos, não tem como continuarmos operando no estado”, enfatizou Maércio, em entrevista à Rádio 98 FM. “Estamos parando para cobrar da Justiça que decida sobre esse tema, pois o transporte complementar é obrigado a transportar o idoso, manter um quadro de horário, fazer uma vistoria anual, recadastramento, além de pagar seguro para o passageiro. No entanto, estamos perdendo clientes, que vêm, com frequência, procurando os clandestinos. Há uma concorrência desleal. Será difícil manter um serviço nessas condições”, completou o presidente do Sintrancomp/AL.

REUNIÃO NO TJ

À tarde, representantes dos motoristas reuniram com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargador Tutmés Airan, para discutir os conflitos causados pelo grande número de veículos irregulares circulando entre as cidades alagoanas sem fiscalização. Na reunião, os manifestantes expuseram os problemas enfrentados pela categoria com relação ao transporte clandestino dos táxis lotação. Para o Airan, é preciso encontrar uma alternativa que atenda todas as partes. “Mais do que resolver o processo, precisamos resolver o conflito e isso passa por vários atores. Passa pelos taxistas que fazem o transporte de lotação irregular, pelos prefeitos que concedem autorização de modo excessivo, passa pela Arsal, pelo batalhão de polícia que fiscaliza esse tipo de atividade. Temos que encontrar uma alternativa que satisfaça as partes ou, pelo menos, diminua a insatisfação, porque todo mundo quer ganhar o pão de cada dia”, afirmou.

O presidente disse que vai se reunir com o relator do processo, dr. Carlos Cavalcante, para tentar chegar a um consenso. “Para encontrar um modo satisfatório só conciliando. Nossa expectativa é convocar o relator do processo para que ele chame as partes e tente construir, pacientemente, uma solução. Temos que encontrar um jeito de todo mundo trabalhar e, dignamente, resolver”, pontuou.

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