A primavera enche toda a cidade com sua beleza, mas, além das flores, intensifica os sintomas das doenças respiratórias. Os especialistas explicam que isso ocorre por causa da transição entre frio e seco, e a disseminação do pólen das flores que ajudam a aumentar o número das chamadas ‘doenças da primavera’. As doenças respiratórias, principalmente as alérgicas, como asma, rinite, resfriados e gripe afetam ainda mais crianças e idosos. “Na primavera o tempo fica mais seco e quente, sendo assim partículas de poeira, ácaro e pólen ficam mais tempo em suspensão no ar, facilitando sua inalação, gerando crises alérgicas e exacerbações de asma com frequência”, explica o pneumologista Tadeu Peixoto. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo existem cerca de 300 milhões de pessoas somente com asma. No Brasil, são 20 milhões de pessoas com a doença. “Nesse período é comum haver crises em pacientes com rinite, sinusite, asma e aumento da suscetibilidade para infecções respiratórias. A exacerbação da asma é mais grave. Crianças e adolescentes com asma têm mais chance de entrar em crise, pois ela é mais comum nessa faixa etária”, alerta o especialista. Esse crescimento pode ser explicado por diversos fatores como a umidade relativa do ar muito baixa, o próprio frio, mudanças de temperatura, a poeira e outros fatores também favorecem a manifestação das chamadas “ites”, como rinite, bronquite e conjuntivite, além das doenças de pele. “As alergias ocorrem, em geral, por predisposição genética hereditária. A pessoa tem uma hipersensibilidade, uma reação exacerbada, aumentada a certos antígenos (alérgenos), são respostas exageradas do nosso organismo a vários fatores e substâncias da natureza”, frisa a alergologista Eliane Jordão. Segundo ela, os agentes causadores das alergias são vários, dentre eles,o pólen das flores, poeira, fungos, ácaros, insetos, medicamentos, alimentos e outros. As pessoas devem ficar atentas aos sintomas e procurar um médico especialista para iniciar o tratamento, que deve ser ministrado de acordo com cada tipo de alergia “Os sintomas mais frequentes nas alergias respiratórias são: espirros em salva, obstrução nasal (entupimento do nariz), coceira nos olhos e nariz, garganta dói, e pode ter dor de cabeça também. As alergias respiratórias podem ter sintomas de tosse seca. Nessa época do ano é muito frequente os sintomas de rinite, além dos olhos coçando e lacrimejando. No caso de irritação na pele, as alergias se comportam como coceira, pele seca, lesões com ferimentos”, frisa. “É preciso se cuidar bastante nesse período. Tomar banhos, lavando os cabelos e trocar as roupas quando vier de parques e passeios, para evitar que os polens fiquem no travesseiro e roupas de cama, reduzindo assim as crises alérgicas”. A filha da secretária Fernanda Alves é asmática crônica desde muito pequena. Hoje, com 7 anos, Isabella consegue ter uma vida normal devido aos cuidados da mãe. Os sintomas da doença aumentam na primavera e ela precisa ficar atenta. “Temos uma rotina de cuidado quando estamos nessa época que ela fica mais propícia a ter as crises. Quando percebemos que o tempo está deixado ela com os sintomas ativos que são: cansar com facilidade, sono agitado pela respiração está ruim e outros que vêm sempre antes das crises, então começamos com nebulizações de três a quatro vezes ao dia, porque ajuda a limpar as vias aéreas e a respiração, fazemos também atividades como caminhada e natação ajudar, para ela não entrar em crise”, afirma. A pequena faz tratamento contínuo contra a doença com medicamentos para prevenção, além da bombinha e espaçador quando está em crise. No dia a dia, a rotina é de cuidados com a limpeza do ambiente. O trabalho não para nunca! “A casa é sempre limpa, roupas de cama de algodão e trocadas diariamente, quarto livre de poeira e acúmulo, e alimentação regrada. Aprendemos a entender e cuidar de maneira correta. Hoje ela tem uma vida mais normal, pode brincar e ter mais vida social. Antes era muito complicado, porém, entendemos a patologia dela e aprendemos a lidar com a situação. Hoje está tudo sob controle e as crises, para precisar da bombinha, são raras”, comemora Fernanda.
SAÚDE DOS PETS
Assim como os seres humanos, os animais merecem uma atenção especial na primavera. Nesse período aumentam a incidência de pulgas e carrapatos, e outras doenças como leishmaniose, leptospirose, problemas dermatológicos, respiratórios, alergias e intoxicações. “Em animais pet, é comum nessa época aumentar a incidência de carrapatos e pulgas (ectoparasitas) nos animais. Esses parasitas transmitem doenças que podem levar os animais a óbito. É comum também animais que passam muito tempo expostos ao Sol e com isso adquirem queimaduras solares, bem como podem desenvolver cânceres de pele”, afirma o médico-veterinário Rael Almeida. O perigo para os pets também está nas plantas e flores. O veterinário recomenda que os donos dos animais não permitam o acesso do bichos em locais com a presença das plantas. “Algumas plantas ornamentais, comuns nos jardins das residências, podem causar algum tipo de dano aos animais, inclusive levar a óbito. Podemos citar algumas espécies de plantas ornamentais comuns que podem causar toxicidade aos pets, são elas: antúrio, bico-de-papagaio, comigo-ninguém-pode, copo-de-leite, costela-de-adão, espada-de-são-jorge, mamona, pinhão-roxo, samambaia, urtiga, entre outras. Na dúvida, o ideal é não deixar os Pets ter acesso a elas”. A alta temperatura pode ocasionar problemas de pele no bichos. “O melhor remédio ainda é a prevenção! Não deixe o pet sofrer as consequências do verão. Recomendamos, novamente, sempre procurar o médico-veterinário de confiança!”, frisa Rael.O veterinário dá dicas para prevenir a exposição dos pets às doenças. “É essencial ir periodicamente ao veterinário pelo menos a cada 6 meses, para trabalhar a prevenção contra verminoses, manter as vacinas e a saúde do pet em dia; passear nas horas mais frias do dia para evitar queimaduras nas patas; os pets sempre devem ter água fria e potável à disposição, inclusive durante os passeios. Por fim, manter uma rotina de atividades, brincadeiras e alimentação regrada”, finaliza.