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Nº 5836
Cidades

Sa�de: prestadores de servi�o podem parar

Os mais de 2.300 prestadores de serviços da Saúde dos níveis médio, elementar e superior ameaçam deflagrar greve, na próxima segunda-feira, dia 8, em protesto contra o não pagamento de dez folhas salariais, do décimo terceiro salário e férias, além das ir

Por | Edição do dia 03/04/2002 - Matéria atualizada em 03/04/2002 às 00h00

Os mais de 2.300 prestadores de serviços da Saúde dos níveis médio, elementar e superior ameaçam deflagrar greve, na próxima segunda-feira, dia 8, em protesto contra o não pagamento de dez folhas salariais, do décimo terceiro salário e férias, além das irregularidades, segundo eles, encontradas no edital do concurso público da Saúde. A paralisação das atividades será decidida em assembléia a ser realizada na Escola de Ciências Médicas de Alagoas (Ecmal), e convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Serviços Prestados da Saúde. De acordo com o presidente do sindicato, Francisco Lima, entre as falhas do edital estão a exigência do nível médio completo para o auxiliar de enfermagem formado pelo Centro de Formador da Secretaria Estadual de Saúde, e pela Secretaria Estadual de Educação, o equivalente ao primeiro grau completo. “Não podemos aceitar que o concurso exija agora dos funcionários a conclusão do Ensino Médio, quando era exigido apenas o primeiro grau”, explicou. Outra irregularidade, apontada por ele, é o fato de um auxiliar de laboratório, que está protegido pela lei 3.999, que disciplina a formação de técnico ter o nível elementar. Além disso, ele critica a inexistência de vagas para o cargo de auxiliar de radiologia, que, segundo ele, existe um grande número de serviços prestados e efetivo nessa área. O presidente do sindicato criticou ainda o número de vagas oferecidas para deficientes visuais, que é de apenas uma para cada cargo, contrariando, segundo afirma, os 5% exigidos pela Constituição Federal. Ele apontou ainda a carga horária exigida para os cargos de dentista ou médico, que deveria ser de 20, 24 ou 40 horas, e está sendo de 30 horas. Chico Lima disse ainda que outra luta da categoria será em relação ao pagamento das 10 folhas de salários atrasadas, no período de 94 a 98, décimo terceiro e férias. Ele afirma que o governo havia se comprometido com a categoria que antes de publicar o edital do concurso resolveria o problema do atraso salarial. Emergência O diretor da Unidade de Emergência (UE) Dr. Armando Lages, Marcos Sampaio, também aponta falhas no edital do concurso público para a Secretaria do Estado da Saúde (Sesau). Segundo ele, as irregularidades apresentadas levam a uma difícil avaliação dos concorrentes, além de uma inadequação para o atendimento da população. O primeiro problema é a dificuldade no que diz respeito ao quantitativo. “O edital não deixa claro quantas vagas serão destinadas à Unidade de Emergência”, disse Marcos Sampaio, acrescentando que em algumas áreas terão que ser feitas reduções, por conta do número total de vagas que foi colocado para efeito de concurso. Uma outra questão está no perfil do profissional a ser contratado. “Nós temos basicamente uma unidade que, como seu nome já diz, é de emergência; que atende a traumas, casos de acidente de um modo geral, ou emergências clínicas. Porém o edital coloca que os concorrentes farão provas de Medicina Geral, que não incluem temas dentro da emergência”, afirmou, acrescentando que não dá para selecionar um profissional dessa maneira. Marcos Sampaio destacou também que durante a seleção o título de especialista não contará como pontuação para a prova de títulos, e a experiência profissional será desconsiderada. “Isso é errado, uma vez que o profissional de emergência se forma com o tempo de trabalho”, explicou. Um outro ponto grave, apontou, é a questão salarial. “Talvez esse seja o ponto mais grave, pois não podem trabalhar no mesmo setor pessoas ganhando salários diferentes”, considerou, alertando para o fato de que o que consta no edital é uma redução salarial gritante. “O que levaria profissionais a exercerem a mesma atividade com duas, três vezes menos que o salário das pessoas que são efetivas e que estão há mais tempo na Unidade”. O diretor da Unidade de Emergência também questiona algumas exigências de inscrição. “Na área médica, por exemplo, exige-se que o profissional seja especialista ou tenha residência médica. Isso tira a possibilidade de 40% dos médicos realizarem o concurso”, frisa.

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