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GÁS VEICULAR NÃO É PERIGOSO, DIZ ESPECIALISTA

A explosão de um carro em um posto de combustíveis, na avenida Comendador Gustavo Paiva, no bairro da Cruz das Almas, em Maceió, na segunda-feira (12), chocou os alagoanos. O acidente ocorreu porque o cilindro de Gás Natural Veicular (GNV) do automóvel estava vencido desde 2019. A situação, que é bastante rara no estado, levantou questionamentos a respeito da segurança de se utilizar um veículo movido a Gás Natural.
Segundo Ailton Silva, especialista em Gás Natural Veicular (GNV), a situação é atípica e não deve ser utilizada como parâmetro de segurança do GNV que, de acordo com ele, é totalmente seguro. “O gás natural é bastante seguro desde que sejam realizadas todas as manutenções necessárias para qualquer veículo. Sendo elas, a inspeção anual e obrigatória, realizada por técnicos validados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e o teste hidrostático, que é realizado a cada cinco anos para verificar se o cilindro consegue suportar a pressão e continuar em uso”, disse.
“Inclusive, o que eu sei, por informações que recebi, é que o condutor desse veículo que explodiu, em específico, fez uma inspeção veícular, daquelas obrigatórias anualmente, e foi reprovado, porque o cilindro de seu carro estava muito enferrujado. O carro foi reprovado e mesmo assim ele continuou rodando, porque duvido que algum técnico liberaria ele naquelas condições”, disse Ailton Silva, que completou: “ele tinha dois cilindros, e só explodiu o que estava totalmente avariado.”
O especialista destacou que, na maioria dos casos envolvendo explosões de veículos movidos a GNV, é devido ao não cuidado do próprio condutor, que não realiza as inspeções necessárias e obrigatórias e insiste em manter um veículo que pode oferecer risco não somente a ele como também a outras pessoas. “As pessoas além de não fazerem as avaliações, e quando fazerem optarem por não tomar os cuidados recomendados, seja por motivos financeiros ou outros, culpam o sistema de gás”, pontuou.
PREOCUPAÇÃO
Apesar de segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL), o ocorrido não ser comum no Estado, para Fabrício Carlos, que já possui carro que funciona com gás natural há dois anos, a situação acabou ficando preocupante. “Francamente, depois disso que aconteceu eu fiquei com vontade de retirar o gás e estou pensando seriamente nisso. Nós usamos o gás natural pela economia, e pela suposta segurança que ele proporciona, mas aí você vê um casos desses e se assusta. Penso logo na minha família”, disse o homem. Ele contou que sempre tomou todas as medidas de manutenção do veículo justamente por entender que não se pode dar chance ao acaso, principalmente quando esse acaso pode ser fatal. “Tem que fazer o teste hidrostático de cinco em cinco anos, para evitar que você se machuque e machuque outros ao redor. Imagina se a família desse homem estivesse no momento, o perigo que seria”, finalizou.