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Nº 5855
Cidades Gerontólogo Crismédio Vieira diz que houve prevenção e acompanhamento dos idosos

LARES PARA IDOSOS CRIAM FORÇA-TAREFA NO COMBATE À COVID

Medidas de higiene reforçadas e suspensão de visitas fizeram com que poucos internos contraíssem a doença no Estado

Por greyce bernardino | Edição do dia 17/10/2020 - Matéria atualizada em 17/10/2020 às 04h00

/Gerontólogo Crismédio Vieira diz que houve prevenção e acompanhamento dos idosos

Com a pandemia da Covid-19, muitas pessoas ficaram em alerta, principalmente aquelas que têm morbidades, a exemplo de pressão alta e diabetes. Gestantes também ficaram atentas aos sintomas da doença, assim como os idosos com saúde mais fragilizada. Por causa disso, nos lares que acolhem pessoas acima de 60 anos, em Alagoas, foi criada uma força-tarefa, a fim de disseminar o vírus. Limpeza redobrada e suspensão de visitas foram algumas das medidas adotadas. Como resultado, poucos idosos contraíram a doença no estado. “Houve, sim, alguns casos da Covid-19 [nos lares], porém de forma assintomática. As instituições estão de parabéns pela forma como encararam e protegeram as pessoas idosas institucionalizadas. Não foram casos preocupantes, pois houve toda uma prevenção e acompanhamento”, enfatizou o gerontólogo Crismédio Vieira, consultor do projeto Todos pela Saúde em Alagoas. Segundo Crismédio, apesar da flexibilização no decreto, que permite, agora, a abertura de alguns ambientes, os lares permanecerão com as visitas suspensas. A decisão, no entanto, é para preservar a saúde dos idosos. Com a entrada e saída de visitantes, há uma maior chance de contaminação. “Todos os protocolos de proteção estão mantidos nos lares. Inclusive, foram doados tablets e rádios para entreter os idosos. Eles também passaram a utilizar os aparelhos para se comunicar com as famílias. A ação vem dando supercerto, pois facilitou o vínculo familiar”. No lar localizado próximo ao Centro de Maceió, segundo Liduina Santos, gerente geral da Unidade, foi elaborado um plano de contingência para a prevenção da pandemia no local. Apenas três casos da doença foram registrados. Além do plano, outras medidas vêm sendo tomadas. Desde 12 de abril, o lar adota protocolos diários de verificação tanto para os idosos e funcionários. Equipamentos de proteção individual e material de limpeza foram comprados. Duas desinfecções de todas as áreas da instituição por empresas especializadas também foram realizadas. No abrigo Luiza de Marillac, em Bebedouro, nenhum caso de Covid-19 foi registrado. A limpeza no local vem sendo redobrada e as visitas seguem suspensas.

DISTÂNCIA

A empresária Karine Alves, de 27 anos, há 8 meses não visita a tia, que se encontra em um lar para idosos no bairro da Serraria. Apesar da saudade, ela entende que a distância é necessária, para que a parente fique saudável. “Minha tia mora no lar há dez anos, após a morte do marido. Foi uma decisão dela ficar no lugar, visto que não teve filhos, no entanto sempre a visitamos e, aos finais de semana, ela fica comigo ou com a minha mãe. Quando soube da pandemia, pediu que todos os parentes tomassem cuidado. Agora, estamos cuidando dela. A distância é necessária”, relatou. Ela diz que vem falando, todos os dias, com a tia por meio de videochamadas. Os idosos que não estão nos lares devem permanecer em casa e evitar, apesar da flexibilização no decreto de distanciamento, aglomerações familiares, visitas e contatos com netos e outras crianças. A recomendação médica é válida mesmo para aqueles que não apresentam sintomas. De acordo com o infectologista Fernando Maia, os idosos possuem muitas comorbidades, que favorecem o novo coronavírus a se tornar grave, com evolução rápida. “Temos que ficar atentos. O número de óbitos e casos está diminuindo, mas não isso não quer dizer que a pandemia acabou”, ressalta o médico.

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