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CASOS DE COVID CRESCEM 91% EM MACEIÓ NAS ÚLTIMAS DUAS SEMANAS
De acordo com levantamento realizado pela Ufal, avanço foi de 31,8% em todo o Estado


Os casos de Covid-19 cresceram 91,7% em Maceió nas últimas duas semanas. Os registros saltaram de 145 infecções entre o período de 25/10 a 31/10 para 278 entre 8/11 a 14/11. As informações constam no relatório do Observatório Alagoano de Políticas Públicas de Combate à Covid-19, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). De acordo com o documento, o avanço foi de 31,8% em todo o Estado. Os registros semanais saíram de 665 casos semanais para 877, em Alagoas. Em Arapiraca, segunda maior cidade do Estado, o aumento é de 35%, saindo de 117 para 158 casos semanais. O relatório pontua que, em relação aos óbitos, ainda é observada uma tendência de queda em nível estadual. “No entanto, este comportamento não é notado em Maceió, onde o número de óbitos nas últimas cinco semanas é constante”, diz trecho do documento. Foram sete mortes decorrentes da Covid-19 em Maceió em cada uma das últimas três semanas. Os professores da Ufal alertam que, dado o histórico da expansão da Covid-19 pelo Estado, que se espalhou a partir de Maceió, “o recente aumento de casos na capital acende o sinal de alerta quanto à possibilidade de novas situações de descontrole na transmissão”. O relatório mostra que os leitos hospitalares destinados a pacientes com Covid-19 seguem com ocupação estável, bem abaixo da margem de segurança recomendada pelas autoridades sanitárias. “Segundo o último Boletim publicado pela Sesau, a ocupação dos 171 leitos de UTI é de 33% e dos 51 leitos de UTI intermediária de 4%. Assim, considerando todos os leitos que possuem respiradores a ocupação é de 26%”, informam. De acordo com o professor da Ufal Guilherme Badué, que integra o Observatório, não há como imputar uma única causa para os aumentos. “O mais provável é explicar por uma conjunção de fatores, entre os quais: a diminuição do distanciamento social, especialmente por conta de aglomerações como as que foram observadas nas últimas semanas da campanha eleitoral; a falta de cuidados como no uso da máscara e higienização das mãos; e aumento do fluxo de pessoas vindas de outros estados e países. Nesse caso é preciso que as autoridades estabeleçam regras para o monitoramento dos riscos externos”, opina. Em relação à ocupação dos leitos, ele diz que “apesar de um incremento significante nas últimas duas semanas, o número absoluto ainda não é alto para causar impacto no serviço de saúde público, que é de onde temos as informações oficiais sobre a ocupação de leitos e atendimento”. Por fim, o professores ponderam que o cenário da pandemia do novo coronavírus em Alagoas após a última semana que se encerrou sinaliza para a importância da continuidade das medidas de controle. “Entre as quais o distanciamento social (que implica a não permanência em aglomerações), higienização das mãos e utilização da máscara em ambientes coletivos”, cita.
Segundo os especialistas, além dessas medidas o Estado deve garantir a execução de estratégias para: identificar, isolar e rastrear contatos a fim de evitar o surgimento de novos focos que poderão causar novas ondas epidêmicas; contenção de surtos em locais de alta vulnerabilidade, como abrigos e prisões; e monitoramento de riscos externos, que tendem a aumentar com a chegada da temporada de férias e o aumento da circulação de pessoas, principalmente nas regiões turísticas do Estado.
Os estudiosos frisam que, apesar de todos os avanços que foram obtidos desde o início do processo de flexibilização, é importante lembrar que o vírus ainda representa um grande risco, cenário que só será alterado com a imunização universal por meio de uma vacina. “Desse modo, todo cuidado ainda é pouco nesse momento. Não podemos abrir mão das medidas de controle, sob pena de registrarmos novas ondas de transmissão, como as que têm sido observadas em vários países que, mesmo com toda evolução nos protocolos de tratamento adquirida ao longo desses meses, têm levado milhares de pessoas a óbito diariamente”, aconselham.
