O Ministério da Saúde informou que a primeira fase da vacinação contra a Covid-19 deve ser voltada a profissionais da área de saúde, idosos a partir de 75 anos ou maiores de 60 que vivam em asilos ou instituições psiquiátricas e à população indígena. A delimitação do grupo prioritário consta em um plano preliminar divulgado nesta terça-feira (1) pela pasta, por meio de nota. O ministério prevê quatro fases da vacinação da população, que não vai abranger toda a população brasileira no próximo ano, como já havia sido adiantado. A pasta não confirma oficialmente as datas de cada uma. A reportagem apurou que esse primeiro ciclo de vacinação, que abrange as quatro fases anunciadas, vai durar de março a junho. Depois disso, o ministério espera contar com a produção nacional da vacina para então ampliar a parcela da população imunizada. Essas quatro etapas da campanha de vacinação vão atingir 109,5 milhões de pessoas, segundo as estimativas do ministério. O número leva em conta a imunização por meio de duas doses, como previsto nos acordos já garantidos pelo governo brasileiro para obter as vacinas por meio da parceria Fiocruz com a Universidade de Oxford (Reino Unido) e a farmacêutica AstraZeneca e por meio da aliança Covax Facility. De acordo com o planejamento, a segunda fase da vacinação será destinada a todas as pessoas que tenham entre 60 e 74 anos. A etapa seguinte prevê a imunização de pessoas com doenças que aumentam o risco de agravamento da doença, como os portadores de doenças cardiovasculares, diz o ministério. A última etapa deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população privada de liberdade. A nota do ministério reforça que se trata de “definições preliminares” da estratégia que vai pautar a vacinação da população contra o novo coronavírus. Mais cedo, durante entrevista coletiva pelo lançamento da campanha nacional de luta contra a Aids, o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Medeiros, já havia informado que o plano de vacinação só seria concluído após o registro de uma vacina pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “É fundamental pensarmos que esse plano operacional para a vacinação da Covid-19 só ficará pronto, fechado, quando tivermos uma vacina, ou mais de uma, registrada na Anvisa. Para isso, ela precisa mostrar seus dados de segurança e eficácia para a população brasileira”, afirmou. O Ministério da Saúde também informou que negocia novas aquisições de seringas e agulhas para conseguir implementar em prática o plano de vacinação contra o novo coronavírus. A pasta disse ainda que está em andamento um processo para a compra de 340 milhões de seringas e agulhas, 300 milhões delas no mercado nacional e o restante no exterior. Um edital deverá ser lançado na próxima semana.