Seja uma possível segunda onda ou simplesmente um maior descuido, uma coisa é certa, os jovens estão cada vez mais se infectando pela Covid-19. Em Alagoas, dos 97.948 casos confirmados até a sexta-feira (11), 27% são jovens de 0 a 29 anos que foram infectados pelo novo vírus, equivalente a 26.551 pessoas. Em um período de um mês, contando de 11 de novembro, quando os casos somavam 24.569, até esta sexta-feira (11), os casos entre jovens aumentaram 8%.
De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), na divisão dos casos por faixa etária e que fazem parte do grupo com Síndrome Gripal (SG), 2.577 são jovens menores de 10 anos. Já no grupo daqueles de 10 a 19 anos, a quantidade chega 5.822, e o número cresce ainda mais com aqueles dos 20 aos 29 anos, que correspondem a 17.663. Já aqueles com sintomas mais graves, que se enquadram na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 145 são menores de 10 anos; 93 estão entre 10 e 19 anos de idade e 281 figuram entre os 20 aos 29 anos. Entre os óbitos, os jovens representam 2,1% dos casos, sendo 50 casos dos 2.369 óbitos confirmados por conta da Covid-19. O aumento da contaminação entre jovens tem preocupado Lucas Amorim, de 22 anos, que diz que o sentimento de medo tem crescido. “Recentemente, aumentaram as notícias de novos casos e casos graves, pelo menos no meu dia a dia. Isso causa preocupação e aumenta o alerta contra a doença. Como o vírus é novo e muita coisa não sabemos, causa um sentimento de incerteza e medo. Não é possível saber como o nosso corpo vai reagir a essa doença”, disse o jovem. Ele contou também que, dentro de seu círculo social, as aglomerações pararam de acontecer. “No meu círculo de amigos e conhecidos as pessoas estão tomando cuidado e evitando sair. Não nos reunimos mais e nem pretendemos até a situação melhorar novamente. Com a diminuição dos números de casos, estávamos mais tranquilos, mas tomando todos os cuidados. Não continuo saindo normalmente. Desde o início da pandemia minha rotina mudou bastante. Alguns lugares que frequentava não frequento mais e não pretendo até a vacina, ao exemplo de shows e confraternizações”, pontuou. Renata Neri, de 23 anos, também faz parte do grupo que prefere não sair se não for essencial e vem mantendo a mesma rotina desde o começo da pandemia. “Minha rotina não mudou tanto como no início do ano, porque desde lá eu mantive as mesmas atitudes. Não voltei a sair muito como muita gente voltou, só continuei saindo para o necessário mesmo. O que mudou foram só alguns cuidados que eu tinha relaxado um pouco, como usar álcool direto. Porém, como vi muita gente próxima testando positivo, voltei a me preocupar mais com isso”, relatou. Neri conta, no entanto, que seus amigos não pararam de sair, mesmo tendo consciência dos riscos. “A maioria deles ainda se preocupa, mas voltaram a sair, frequentar bares mais movimentados, viajar, mesmo tendo consciência de que ainda há o risco de se infectar. Acho que nenhum do meu círculo de amigos acha que já acabou. Mas acredito que a preocupação não é grande ao ponto de abrir mão 100% de todo tipo de lazer.” No caso de Renata, assim como de muitos outros jovens, a preocupação não é somente com eles, como também com parentes que fazem parte do grupo de risco e podem ser contaminados por seus atos. “A segunda onda me preocupa mais quando penso na minha família do que em mim, por conta do grupo de risco que eles estão. Por isso mantenho os cuidados que são indicados, como uso de máscara, distanciamento e evitar sair quando possível. Se der pra resolver de casa, eu resolvo”, explicou.