O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou ontem que prevê receber 93,4 milhões de vacinas contra a Covid-19 entre janeiro e março — 24,7 milhões em janeiro; 37,7 milhões em fevereiro; e 31 milhões em março. São vacinas de três fabricantes: AstraZeneca (vacina de Oxford), Instituto Butantan/Sinovac e Pfizer. A programação foi citada na fala inicial do ministro em sessão remota do Senado para debater os planos de imunização no Brasil contra o novo coronavírus. “A data exata é o mês de janeiro [...]. Isso tudo dependendo do registro da Anvisa. Se somarmos esses números, vamos ter 24,7 milhões de doses em janeiro”, disse o ministro. “Isso é daqui a 30 dias, janeiro aqui eu falo meio de janeiro. Não são seis meses”, completou Pazuello. As três vacinas precisam ser aplicadas em duas doses. Para março, o ministro disse apenas que seriam 31 milhões de doses, sem detalhar a quantidade entregue por laboratório. Pazuello afirmou ainda que, além das negociações com os três laboratórios, há o consórcio Covax-Facility, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que disponibilizará aos países-membros vacinas à medida que forem aprovadas para uso, independente do desenvolvedor.
“Temos dez fabricantes no consórcio e, no momento em que sair o registro de uma das dez, nós podemos optar pela compra de uma delas e vamos para 42 milhões de doses entregues. Todas essas possibilidades e números, estamos em uma vanguarda, não estamos sendo atropelados, estamos em uma vanguarda”, disse.
CORONAVAC
A vacina fabricada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, é a CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac. O imunizante tem sido motivo de disputa entre o presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde e o governador de São Paulo, João Doria, há meses. O Butantan é uma instituição pública de pesquisa ligada ao governo estadual paulista. Na quarta-feira, quando incluiu novos grupos prioritários no plano nacional de vacinação contra a Covid-19, o governo divulgou um primeiro cronograma de entrega das vacinas. O cronograma não previa datas de entrega para a vacina fabricada pelo Butantan, que aparecia com um “memorando de entendimento”, ou seja, uma intenção de acordo. Depois da divulgação do calendário, no mesmo dia, o governo decidiu que compraria os imunizantes; agora, o Butantan aguarda uma carta de intenção do Ministério da Saúde, conforme adiantado pelo blog do Camarotti. Ontem, o ministro da Saúde disse que existe um contrato inicial com o Butantan para produção de 46 milhões de doses. A Pfizer tinha previsão de entregar 2 milhões de doses de vacina no primeiro trimestre de 2021. Considerando as informações desta quinta (16), faltariam 1 milhão de doses para serem entregues pelo laboratório em março. O plano de vacinação não apresentou datas para o início da aplicação das doses.