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Cidades

FAMÍLIAS APOSTAM EM MÁSCARAS E DISTANCIAMENTO PARA EVITAR CONTÁGIO

Medidas de proteção foram muito desprezadas nas últimas semanas, aponta infectologista

Por Clariza Santos | Edição do dia 16/01/2021 - Matéria atualizada em 16/01/2021 às 04h00

Cientistas estadunidenses revelam que o argumento de que o distanciamento social e o uso de máscara são fortes atitudes de proteção das famílias pode ser a melhor estratégia de convencimento de quem ainda não adotou essas práticas. O grupo chegou à conclusão após realizar um estudo comportamental com mais de mil pessoas e divulgou os resultados da análise na revista especializada Patient Education and Counseling.

Segundo os cientistas, mensagens focadas em envergonhar ou pressionar as pessoas a usarem máscaras ou evitarem multidões têm falhado, já que os índices dos casos da doença têm subido rapidamente em praticamente todo o mundo. Com base nessa pesquisa, a Gazeta de Alagoas escutou representantes de duas famílias e dois infectologistas, que atuam no combate à Covid-19.

O médico infectologista Fernando Maia diz que as medidas de proteção já estabelecidas (máscara, higiene das mãos e distanciamento) “continuam importantíssimas até que todos estejam vacinados e o vírus tenha a circulação controlada”. Para ele, nos últimos dias, a batalha contra o vírus aumentou. “O relaxamento das medidas de proteção foi muito desprezada nas últimas semanas, o que levou a um aumento do número de casos, consequentemente de internações mortes”. O infectologista Marcelo Constant diz que a liderança do país deve ser exercida como fonte de exemplo. “Se uma liderança diz que o verde não é verde e sim vermelho, as pessoas passam a admitir que é vermelho mesmo. Enquanto as lideranças deste país não derem exemplo, não adianta ficar clamando por medidas”. Constant diz, ainda, que concorda com a pesquisa porque “se não tiver uma conscientização da população, não adianta multar porque na frente das autoridades, todo mundo se comporta bem, mas é só dar as costas, volta tudo novamente. O melhor caminho é criar consciência para que a sociedade siga às recomendações, do que punir” e conclui dizendo que “quem tem consciência mostrou desde o começo da pandemia. O que observo é que a grande maioria das pessoas não acredita que as medidas protetivas sirva de alguma coisa porque as pessoas se acham invulneráveis e quase sempre os jovens apresentam esse comportamento”. Sobre o relaxamento das medidas protetivas, Marcelo Constant diz que o cansaço está vencendo o bom senso. “As pessoas relaxaram porque cansam, né? Como não adoeceu ou não viu, felizmente, alguém da família adoecer, acham que não é bem por aí. Acredito que ou você reconhece o perigo que corre ou então não tem jeito”.

ROTINA

Na família de Celsione Fernandes de Oliveira e de Leandro Oliveira, todos os cuidados estão sendo tomados desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, quando foi iniciado o isolamento social em Alagoas. “Minha família está mantendo o distanciamento social, e tomando todas as precauções (lavando sempre as mãos e fazendo uso de álcool gel, para higienizar as mãos, os objetos e a casa)”. Celsione e Leandro têm dois filhos, Cauã Fernandes Emilly Fernandes de Oliveira. Celsione conta que o diálogo foi fundamental para queas crianças entendessem a obrigatoriedade do uso de máscara. “Tento ser rígida, graças a Deus, meus filhos são muito de boa em relação ao uso de máscara”. Já para a vendedora Mari Ferreira, foi um pouco difícil no começo porque existem familiares que não levam muito a sério. “Meus pais desde o início não deram muita seriedade ao vírus. Peço a Deus todo dia por eles. Mas, na minha casa, estamos nos cuidando. Máscara e álcool, sempre. Quando falta álcool, minha casa sente até falta”. Mari e a esposa tiveram Covid-19. “Eu e minha mulher tivemos. Ficamos bem mal. E olha que sempre fomos bem rígidas em relação aos protocolos. As compras, no início, confesso que seguimos a risca. Hoje em dia estamos deixando a feira de quarentena. Garrafas limpamos tudo certinho, mas também o fato de já ter pego, por mais que a gente saiba do risco de reinfecção, dá uma “relaxada”, mas seguimos nós cuidando sim”.

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