Cidades
“MOMENTO É HISTÓRICO”, DESTACA INFECTOLOGISTA
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O grande dia, esperado desde março de 2020, quando foi decretada a pandemia da Covid-19, finalmente chegou. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, no domingo (17), por unanimidade, o uso emergencial das vacinas Coronavac e da Universidade de Oxford contra a Covid-19. Em Alagoas, mais de 70 mil doses que chegaram na segunda-feira, no primeiro lote, já começam a ser distribuídas para a vacinação nesta terça-feira. Para o médico infectologista Marcelo Constant, a forma de divisão dos grupos prioritários em Alagoas é uma das mais eficientes. “A divisão com certeza tem que ser feita dessa forma. Como prioridade, os médicos e profissionais da saúde, que atuam na luta diária contra o vírus devem receber primeiro, junto aos idosos acima dos 75 anos e as comunidades indígenas que, de certa forma, estão mais expostas. E os demais vão sendo vacinados ao tempo que mais doses da vacina forem produzidas”, contou. Constant também lembrou que a liberação das vacinas em um período tão curto de tempo é algo histórico para o mundo. “Isso é um fato histórico, uma vacina ser produzida em um curto espaço de tempo. Até o aparecimento do coronavírus todo o processo de produção de vacina durava anos, não meses. Então, é um processo histórico e extremamente positivo para a população, que está vendo a eficácia da saúde e da ciência com seus próprios olhos e em não só uma, como duas vacinas”, disse o médico.
TEMPO
O médico alertou ainda que, aqueles que receberão a vacina só estarão imunizados a partir do décimo dia da aplicação. “Isso é algo que precisa ser reforçado. Não é porque você recebeu a vacina hoje que amanhã já está imune, é um processo progressivo e crescente, que leva dias. Em média, a partir do décimo dia, aproximadamente. É por isso que surge a necessidade de duas doses, como será aqui e como já é com outras vacinas, a exemplo da vacina para o tétano”, pontuou Constant. Em decorrência da demora para imunizar, o médico reforça que é primordial que os cuidados continuem sendo realizados. “Sabemos que não será imunização imediata, ou seja, nós precisamos continuar mantendo os cuidados. Já chegamos ao ponto de ter uma vacina em tempo recorde, não custa nada esperar mais um pouco. E quando falo em cuidados me refiro ao básico, que é o uso de máscara e saída somente em casos de necessidade e, nesses casos, sempre usando álcool em gel e mantendo o distanciamento social”, explicou o médico. Apesar da imunização ser uma questão positiva, Constant tornou a relembrar de suas preocupações com relação a novas mutações. “É um momento positivo, eu sei, mas precisamos também lembrar que, o investimento e liberação da vacina foi tardio, o que levou, mesmo que não queiramos admitir, à novas cepas do vírus, que podem não responder tão bem à vacina, sendo, inclusive, imunes. Claro, isso tudo é somente uma possibilidade, porque o que esperamos é que ocorra tudo da melhor forma possível”, salientou.