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Nº 5881
Cidades Caminhoneiros alagoanos não participaram da greve que deveria ter ocorrido ontem

GREVE DOS CAMINHONEIROS NÃO REGISTRA ADESÃO EM ALAGOAS

Categoria anunciou paralisação nacional, mas ocorreram apenas alguns movimentos isolados

Por Lívia Tenório* | Edição do dia 02/02/2021 - Matéria atualizada em 02/02/2021 às 04h00

Quase três anos depois da greve nacional de caminhoneiros ocorrida no governo de Michel Temer (MDB), em 2018, a categoria ensaiou uma nova greve em diversos estados do País, ontem. Em Alagoas, apesar do assunto ser discutido entre os profissionais do setor, o dia foi de normalidade nesta segunda-feira (1º). No Estado, a categoria nega futuras greves. “O assunto voltou nos nossos grupos de WhatsApp, mas até então não há organização alguma, muito menos previsão de paralisação”, declara o caminhoneiro Cidcley Soares. Fábio Gárcia, caminhoneiro há 41 anos, se fez presente na greve de 2018. “O preço do combustível sempre foi um problema para nós, mas no meu entender é normal que o preço suba com o tempo. O problema maior é que as empresas não pagam o frete tabela, não repassam o valor. Apesar disso, dificilmente a greve irá vingar”, comenta. Em 2018, no governo do ex-presidente Michel Temer, os caminhoneiros realizaram uma paralisação que durou dez dias, afetando o sistema de distribuição do país. Na época, os trabalhadores reivindicavam melhores condições de trabalho, e sobretudo, protestavam contra o aumento do preço do combustível. No que se refere ao preço do combustível, a situação encontra-se quase tão crítica quanto na época do governo de Temer. Somente este ano, a Petrobras subiu o preço dos combustíveis duas vezes. A decisão de promover a greve este ano foi tomada no dia 15 de dezembro do ano passado, em assembleia geral extraordinária do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). O conselho reúne 40 mil caminhoneiros em São Paulo e possui afiliados em outros estados. Mas, como são várias as entidades que representam a categoria, ainda não se sabe a proporção da mobilização nem se acontecerá de fato.

A greve estava prevista para estourar no dia 1 de fevereiro. No entanto, houveram apenas movimentos isolados pelo país. Um deles foi bloqueio parcial na BR-304, no Rio Grande do Norte, na altura de Mossoró, mas que foi liberado rapidamente. O segundo foi uma tentativa de bloqueio, entre 12h e 13h, na BR-060, em Guapó (GO).

Na Bahia, os caminhoneiros fizeram protestos nas margens de rodovias da região metropolitana de Salvador e em cidades do interior como Juazeiro, Vitória da Conquista e Riachão do Jacuípe. As manifestações foram pacíficas e não tiveram bloqueio de rodovias. José Roberto Stringasci, presidente da ANTB, uma das entidades que convocou a paralisação, disse que o movimento vai aumentar durante a semana. “Creio que até o fim da semana a gente já tenha um bom volume de caminhões parados em todo o Brasil”. Apesar do anúncio da greve, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) proibiu a obstrução da Rodovia Presidente Dutra, sob pena de multa de R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil para pessoas jurídicas. Já a Justiça do Paraná concedeu três decisões proibindo bloqueios em trechos das rodovias Litoral Sul (BR-376), Planalto Sul (BR-101), e Régis Bittencourt (BR-116), que circundam o estado. Em caso de descumprimento da decisão, foi estipulado R$ 500 de multa por hora, por manifestante. O general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), se manifestou nas redes sociais sobre a greve desta segunda, prometendo buscar recursos legais para ajudar o setor. “Governo Federal respeita as aspirações dos caminhoneiros. Pres Rep e Min da Infraestrutura têm grande apreço pela categoria. Vão buscar, junto à área econômica, recursos legais para reduzir despesas que recaem sobre esses abnegados trabalhadores, essenciais ao dia a dia do país”, disse na publicação. A greve dos caminhoneiros não é consenso na categoria, e enfrenta oposição de grupos patronais e do setor produtivo. “Faltou coragem, muita gente disse que iria parar e quando chegou hoje não parou”, diz o caminhoneiro Cícero Costa, que estava próximo ao Porto de Santos. “Eu fiquei parado até às 10h. Mas só eu, mais ninguém. Quando eu vi que não ia ter greve nenhuma eu voltei a trabalhar”, afirma. O presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) e um dos principais líderes da greve de 2018, Wallace Landim, conhecido como Chorão, não aderiu à paralisação. “Grupos aproveitam o movimento de luta de garantia e cumprimento da lei dos caminhoneiros e redução dos impostos dos combustíveis para incluir pautas políticas, como fora Doria, fora Bolsonaro e fechamento do STF. Dessa maneira a Abrava não participará da paralisação”. A pauta de reivindicações dos caminhoneiros traz questões como a necessidade de um marco regulatório do transporte e de uma jornada de trabalho para esse tipo de função. As informações são da Folhapress.

* Sob supervisão da editoria de Economia.

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