app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5885
Cidades

UNIDADES DE REFERÊNCIA ATENDERAM MAIS DE 48 MIL PESSOAS EM 2020

Segundo a Sesau, dos 120 mil casos de Covid no Estado, 92% estão relacionados a atendimento de pacientes com síndrome gripal

Por william makaisy | Edição do dia 06/02/2021 - Matéria atualizada em 06/02/2021 às 04h00

Uma das muitas preocupações dos alagoanos durante a pandemia da Covid-19 é saber se está ou não infectado pela doença, principalmente para aqueles com tendência a gripes e resfriados. Segundo dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado Saúde (Sesau), dos 120.028 mil casos confirmados de Covid-19 até a sexta-feira (5), 110.658 estão relacionados a atendimentos de pessoas com síndrome gripal, correspondendo a 92,19% dos casos. Nas Unidades de Referência em Síndromes Gripais de Maceió, desde a abertura até dezembro de 2020, 48.890 pessoas foram atendidas. Ainda de acordo com os dados da Sesau, dos 110.658 mil casos ligados à síndrome gripal e com confirmação para Covid, 108.982 estão oficialmente recuperados, equivalentes a 98% do total, e 1.676 (2%) permanecem em isolamento domiciliar. Dentro desse montante, 62.586 são referentes a pacientes do sexo feminino, correspondendo a 57% do total. Os outros 48.072 (43%), são de pacientes do sexo masculino.

No que tange à faixa etária, a maioria dos casos de pacientes com síndrome gripal e confirmação laboratorial para Covid-19 está dentro dos 30 aos 39 anos de idade. Em ordem, nos menores de 10 anos foram registrados 3.102 casos; 7.132 dos 10 aos 19; 22.179 na faixa etária dos 20 aos 29; 27.776 dos 30 aos 39; 23.043 na faixa dos 40 aos 49; 15.019 dentro dos de 50 aos 59; 7.677 dos 60 aos 69 anos e 4.730 nos com idade igual ou superior a 70 anos.

Nas quatro Unidades de Referências em Síndromes Gripais de Maceió, 48.890 pessoas foram atendidas durante a pandemia em 2020. Dentro desse montante, 13.875 foram na unidade Jorge Duarte Quintella, no bairro do Graciliano Ramos; 12.875 na do bairro da Santa Amélia; 10.657 no Novo Mundo e 11.483 na unidade Maria da Conceição Paranhos, em Jacarecica. Em janeiro de 2021, mais 9.144 pacientes foram atendidos na capital. Já nas UPAs do Trapiche da Barra e do Benedito Bentes, que também atendem pacientes com síndromes gripais, 24.367 pessoas foram atendidas de março a dezembro de 2020. Na unidade do Trapiche da Barra, 11.303 pessoas foram atendidas de março a dezembro de 2020, com uma média de 1.130 casos ao mês. Dentro desses 11.303 casos, 5.821 foram por suspeitas de Covid e os outros 5.482 por casos de gripes. Já na unidade do bairro do Benedito Bentes, 13.064 pacientes foram atendidos no mesmo período, com uma média de 1.306 casos ao mês. No montante dos 13.064, 5.665 foram casos de gripes e 7.399 suspeitas de Covid-19.

PERCENTUAL ESPERADO

Segundo o presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia, Fernando Maia, o percentual é alto, mas é o esperado. “É alto no olhar de quem está de forma, mas é um percentual esperado, de forma geral. Esse é, inclusive, o quadro mais comum da Covid-19, que também acaba se ligando a síndromes gripais. Ademais, com a chegada da quadra chuvosa, os casos de atendimentos de síndrome gripal e confirmação de Covid-19 devem aumentar também”, explicou o médico. Maia pontuou ainda que, pelos sintomas serem, de certa forma, parecidos, não há como definir se é gripe, ou resfriado, ou alguma outra síndrome gripal, sem fazer o devido diagnóstico nas unidades de saúde. “Não existe forma certeira, sem que haja um exame, de diagnosticar. A distinção é somente com o exame específico, que é o RT-PCR. Ele é o que define, de forma mais certeira, se você está com Covid-19 ou até mesmo se está com gripe ou outra doença.” O infectologista também tocou em um ponto muito falado no começo da pandemia, que seria a ida a uma unidade de saúde sem necessidade. Ele frisou que, atualmente, não há mais necessidade de que o paciente que apresente algum sintoma gripal fique em casa. “Na Covid é muito importante o monitoramento da pessoa. Primeiro, claro, é necessário o exame para saber se é isso. Depois, vem os exames de acompanhamento para se ter uma ideia exata sobre como a doença vai evoluir”, destacou. “A maioria das pessoas vai ter sintomas leves, que não necessitam de muitos cuidados, porém, em torno de uns 20%, terão sintomas mais graves, que precisam ser acompanhados, e só conseguimos prever isso quando fazemos o exame e acompanhamos. Então, precisa sim procurar as unidades de saúde e fazer o diagnóstico correto, para que o acompanhamento seja o mais eficiente possível”, explicou Maia. Fernando Maia também falou sobre a quadra chuvosa, que começa no mês de abril e vai até o fim de julho, e é marcada por intensa quantidade de chuva. Para o médico, a procura nos postos de saúde e centrais de triagem com certeza irá aumentar nesse período. “A quadra chuvosa, onde muitas pessoas estarão com sintomas de gripe, ou parecidos com a Covid, com certeza fará a procura em hospitais aumentar”, contou.

CUIDADOS

“Estamos em um momento sensível, por isso os cuidados não podem amenizar de forma alguma. Semana que vem já é o Carnaval, e mesmo com a proibição eu duvido que as pessoas não se aglomerem, então com certeza teremos muitos casos surgindo. Casos esses, que só serão vistos na quadra chuvosa, quando se somarem aos do período. Teremos o crescimento que é esperado, ou seja, o normal, aliado ao da quadra chuvosa e do carnaval.” Maia reforçou que é importante lembrar que os cuidados como uso de máscaras, álcool em gel sempre que sair, lavar as mãos com frequência e respeitar o distanciamento social, continuam sendo altamente necessários. Ele ponderou que, apesar da vacinação já estar acontecendo, ela caminha de forma lenta e o ‘alívio’, por assim dizer, só poderá existir quando a maior parte da população receber os imunizantes e o vírus não conseguir circular. “Já esperamos muito tempo, mas a pandemia não acabou. Aguardem mais um pouco, logo logo tudo termina.”

* Sob supervisão da editoria de Cidades.

Mais matérias
desta edição