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Cidades

RIVOTRIL FOI O REMÉDIO CONTROLADO MAIS VENDIDO NO ESTADO EM 2020

No ano passado, alagoanos compraram 209 mil caixas e 14 mil frascos do medicamento

Por Lívia Tenório | Edição do dia 10/02/2021 - Matéria atualizada em 10/02/2021 às 10h35

Em 2020, apenas no estado de Alagoas, foram vendidas 209 mil caixas e 14 mil frascos de Clonazepam, mais conhecido pelo nome comercial Rivotril, de acordo com levantamento feito pela Agência Tatu. “Há tempos nós observamos uma epidemia no Brasil de prescrições deste medicamento. Muitas vezes um tratamento que não deveria passar de 3 meses, é acompanhado por anos, com prescrição médica. Existe a venda no mercado negro, mas estes não são registrados pelo sistema da Anvisa”, informa o secretário-geral do Conselho Regional de Farmácia (CRF), Daniel Fortes. O secretário explica que a pandemia foi a principal razão pela qual a procura pelo remédio aumentou no ano passado. “As pessoas passaram mais tempo em suas casas, surgiu uma ansiedade por não poderem trabalhar, por ter sua renda diminuída, medo do desemprego e o próprio medo de contrair a Covid. Então é natural que as pessoas fiquem mais ansiosas, e maneira mais fácil, mas não a mais correta, seja recorrer a terapêutica medicamentosa”, justifica. Dentre os outros medicamentos que encabeçam a lista, estão a Quetiapina, Amitriptilina e o Escitalopram (os dois são antidepressivos). A Azitromicina foi o segundo remédio controlado mais vendido de 2020, entretanto, foi excluída da lista por ser um antibiótico, é um medicamento controlado, contudo não é psiquiátrico. O uso sem acompanhamento médico pode gerar uma série de efeitos adversos, tais como, dependência, irritabilidade, agitação, insônia, tonturas e dores de cabeça.

O QUE DIZ O CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA

“O CRF preconiza o uso racional de medicamentos, que possa promover a segurança e a efetividade terapêutica. Vale lembrar que os protocolos definem que o uso de benzodiazepínicos, como é o caso do Clonazepam, não devem exceder 3 meses de uso. Infelizmente observamos pacientes fazendo uso crônico, isso acarreta uma série de riscos para ele, muitas vezes não consegue ter acesso a um tratamento completo e torna-se refém das prescrições médicas que trabalham exclusivamente com a farmacoterapia”, posiciona-se. O Conselho defende que o paciente procure o psicólogo que o acompanha e tenha um diálogo aberto com o profissional afim de buscar outras terapias além da farmacológica.

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