app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5885
Cidades

SAÚDE TEME COLAPSO NA 3ª ONDA DE VARIANTES DO VÍRUS NO ESTADO

Dos atuais 821 leitos dos hospitais públicos, mais de 460 estão ocupados, o que corresponde a 56%

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 27/02/2021 - Matéria atualizada em 27/02/2021 às 04h00

Alagoas ainda enfrenta os efeitos da primeira e segunda ondas do coronavírus e já se prepara para explosão de casos na terceira fase da pandemia, com a chegada de variantes, como a “P1”, cepa que apareceu no Amazonas, contamina rápido e pode ser letal. Dois casos já foram registrados no Estado e pode estar se espalhando por Alagoas. Dos atuais 821 leitos dos hospitais públicos, mais de 460 estão ocupados, isto representava mais de 56%. Dos 250 leitos de UTIs [149 leitos na capital e 101 no interior], 170 (68%) estão ocupados. Dos 33 leitos de Unidades Intermediárias também com respirador, mais de 18% comprometidos; do total dos 538 leitos clínicos, mais de 280 estão ocupados. Os números crescem dia a dia. O secretário de Saúde, Alexandre Ayres, solicitou aos hospitais particulares a reabertura de leitos de UTI. Dois hospitais públicos no interior têm 100% de ocupação e na capital um particular está com mais de 85% dos leitos ocupados.

A Sesau não quer ser surpreendida com a explosão de novos casos, como preveem os infectologistas e como já ocorre em algumas unidades. Pelas estratégias, a nova onda poderá ser mais perigosa porque as variantes do vírus têm capacidade de replicação e reinfecção maior do que a da primeira e segunda ondas. Ainda não se sabe se é mais fatal ou se pode ser contida pela vacina.

O diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Arthur Gomes Neto, confirma que, a P1 é mais infectante e se propaga rápido. “Isto pode provocar congestionamento no Sistema Único de Saúde, como já acontece em algumas regiões do País”, disse. O Brasil registrou recorde de 1.582 mortes na quinta-feira (25), dez delas em Alagoas. São mais de 250 mil mortes, mais de três mil em nosso estado, destacou o diretor médico da Santa Casa ao lamentar que o comportamento de algumas pessoas que não respeitam os protocolos e as medidas sanitárias contribui para piorar a situação. Nesta fase da reinfecção no estado, a saúde trabalha com o total de 821 leitos de 40 hospitais públicos, particulares, filantrópicos e Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Na sexta- feira (19) o secretário de Saúde solicitou à Santa Casa para preparar 10 leitos de UTIs, porque está prevendo uma explosão de casos, que pode ultrapassar a capacidade de atendimento do estado. Solicitação semelhante foi feita também ao Hospital Veredas e Sanatório, revelou uma fonte da Saúde e confirmou o diretor médico da Santa Casa, Arthur Gomes. “A estratégia visa garantir leitos de UTI para atender a população”, revelou o médico ao aprovar a estratégia. Conforme Arthur Gomes Neto, hoje a Santa Casa só tem um leito de UTI exclusivo para atendimento de casos de Covid-19 e já começou a preparar os dez solicitados pela Sesau. Na primeira onda, a instituição colocou à disposição da Secretaria de Saúde 120 leitos, dos quais 30 eram de enfermarias, 20 de UTIs e 70 leitos de enfermarias. A integração do setor público e privado ajuda a evitar o colapso, como ocorre neste momento dos estados do Sul e Sudeste. Ao contrário do que aconteceu na primeira onda, na segunda fase da pandemia algumas unidades privadas reduziram o número de leitos de Covid-19 e voltaram atender a saúde suplementar. Ou seja, os pacientes de convênios e particulares. A estratégia se deu porque perceberam que no intervalo entre a primeira e segunda ondas da Covid-19, o governo de Alagoas inaugurou hospitais [da Mulher, Metropolitano, de Porto Calvo e União dos Palmares]. Isto gerou aporte de leitos para o sistema público de saúde.

Leia mais na página A14

Mais matérias
desta edição