Alagoas ainda enfrenta os efeitos da primeira e segunda ondas do coronavírus e já se prepara para explosão de casos na terceira fase da pandemia, com a chegada de variantes, como a “P1”, cepa que apareceu no Amazonas, contamina rápido e pode ser letal. Dois casos já foram registrados no Estado e pode estar se espalhando por Alagoas. Dos atuais 821 leitos dos hospitais públicos, mais de 460 estão ocupados, isto representava mais de 56%. Dos 250 leitos de UTIs [149 leitos na capital e 101 no interior], 170 (68%) estão ocupados. Dos 33 leitos de Unidades Intermediárias também com respirador, mais de 18% comprometidos; do total dos 538 leitos clínicos, mais de 280 estão ocupados. Os números crescem dia a dia. O secretário de Saúde, Alexandre Ayres, solicitou aos hospitais particulares a reabertura de leitos de UTI. Dois hospitais públicos no interior têm 100% de ocupação e na capital um particular está com mais de 85% dos leitos ocupados.
A Sesau não quer ser surpreendida com a explosão de novos casos, como preveem os infectologistas e como já ocorre em algumas unidades. Pelas estratégias, a nova onda poderá ser mais perigosa porque as variantes do vírus têm capacidade de replicação e reinfecção maior do que a da primeira e segunda ondas. Ainda não se sabe se é mais fatal ou se pode ser contida pela vacina.
O diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Arthur Gomes Neto, confirma que, a P1 é mais infectante e se propaga rápido. “Isto pode provocar congestionamento no Sistema Único de Saúde, como já acontece em algumas regiões do País”, disse. O Brasil registrou recorde de 1.582 mortes na quinta-feira (25), dez delas em Alagoas. São mais de 250 mil mortes, mais de três mil em nosso estado, destacou o diretor médico da Santa Casa ao lamentar que o comportamento de algumas pessoas que não respeitam os protocolos e as medidas sanitárias contribui para piorar a situação. Nesta fase da reinfecção no estado, a saúde trabalha com o total de 821 leitos de 40 hospitais públicos, particulares, filantrópicos e Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Na sexta- feira (19) o secretário de Saúde solicitou à Santa Casa para preparar 10 leitos de UTIs, porque está prevendo uma explosão de casos, que pode ultrapassar a capacidade de atendimento do estado. Solicitação semelhante foi feita também ao Hospital Veredas e Sanatório, revelou uma fonte da Saúde e confirmou o diretor médico da Santa Casa, Arthur Gomes. “A estratégia visa garantir leitos de UTI para atender a população”, revelou o médico ao aprovar a estratégia. Conforme Arthur Gomes Neto, hoje a Santa Casa só tem um leito de UTI exclusivo para atendimento de casos de Covid-19 e já começou a preparar os dez solicitados pela Sesau. Na primeira onda, a instituição colocou à disposição da Secretaria de Saúde 120 leitos, dos quais 30 eram de enfermarias, 20 de UTIs e 70 leitos de enfermarias. A integração do setor público e privado ajuda a evitar o colapso, como ocorre neste momento dos estados do Sul e Sudeste. Ao contrário do que aconteceu na primeira onda, na segunda fase da pandemia algumas unidades privadas reduziram o número de leitos de Covid-19 e voltaram atender a saúde suplementar. Ou seja, os pacientes de convênios e particulares. A estratégia se deu porque perceberam que no intervalo entre a primeira e segunda ondas da Covid-19, o governo de Alagoas inaugurou hospitais [da Mulher, Metropolitano, de Porto Calvo e União dos Palmares]. Isto gerou aporte de leitos para o sistema público de saúde.
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