Dados do Monitoramento Espacial da Covid-19 em Alagoas divulgados nesta segunda-feira (1º) revelam que doze municípios alagoanos apresentam nível crítico alto para a doença – quando o crescimento da Covid varia entre 50% e 75% nas últimas oito semanas. Segundo o levantamento, 51 municípios alagoanos se encontravam em nível médio de criticidade até o último dia 27, com o crescimento da doença variando entre 25% e 50% nas últimas semanas. O levantamento aponta ainda que 39 cidades têm criticidade baixa (crescimento inferior a 25%). Nenhum município alagoano, contudo, apresentou crescimento acima de 75% nos números da doença. O estado possui, contudo, mais de 11 mil casos ainda em análise laboratorial, e os números relacionados ao crescimento da doença estão sujeitos a subnotificação. Nesse ponto, o levantamento do grupo do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) aponta que Maceió e Arapiraca possuem a maior fila de análise laboratorial de amostras. Essas as duas maiores cidades do estado concentram entre 1.801 e 5.995 casos em investigação, nível mais alto observado em Alagoas. A maioria do estado (59 municípios) apresenta poucos testes em investigação, entre 0 e 20, com a concentração maior de testes pendentes estando nos grandes centros urbanos. Isso também se reflete na concentração dos casos confirmados até o momento. Enquanto a maioria (64 dos 102 municípios) concentram individualmente entre 0,1% e 1% dos casos da doença, a capital reúne 45% dos positivos. Outros centros urbanos, como Arapiraca, Santana do Ipanema e Coruripe concentram entre 3,1% e 9%. Os municípios do estado se dividem de forma quase igual entre os que apresentam crescimento, estabilidade e redução nos casos de Covid-19. Enquanto o maior número está em crescimento (37 municípios), o número em estabilidade e em queda não fica distante (31 e 34, respectivamente). Em termos espaciais, o Agreste alagoano registra o maior número de municípios onde os números crescem. A maioria dos municípios já tive entre 2% e 5% da sua população infectada pelo novo coronavírus. A maior proporção foi em Marechal Deodoro, onde 7,2% de sua população de 52.380 contraíram a Covid-19. Em Maceió, 5% foram infectados. Em 6 municípios o índice está acima de 5,6%: Palestina, Arapiraca, Olho D’água das Flores, Santana do Ipanema, Marechal Deodoro e Coqueiro Seco.

A média móvel de casos (a razão dos casos confirmados nos últimos 7 dias) se encontra entre 0,1 e 55 na maioria dos municípios (77), confirmando a predileção na circulação do vírus em centros urbanos. Maceió e Arapiraca registram valores entre 35,1 e 185,1.

LETALIDADE

Enquanto os grandes centros urbanos concentram o maior número de casos, é em pequenos municípios onde o vírus encontra maior letalidade. Na Barra de Santo Antônio, no litoral norte, por exemplo, 9,4% dos infectados morrem. Em Canapi, Roteiro e Novo Lino, a letalidade é de 6,3%, 5,2% e 5,6%, respectivamente. Nas maiores cidades do Estado, que contam com rede de assistência em saúde e testagem mais robusta, a letalidade cai. Na capital, por exemplo, a letalidade é de 2,6%, mais de três vezes menos que na Barra de Santo Antônio. Em Arapiraca, o número é de 1,4%.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.