Pandemia
EM CINCO DIAS, OCUPAÇÃO DE UTIs AVANÇA QUASE 20% EM ALAGOAS
Atualmente, de acordo com os dados da Sesau, o estado conta com apenas 67 leitos disponíveis


Em cinco dias, Alagoas registrou um aumento de 19% na taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para pacientes com Covid-19. Ela chegou a 78% até às 16 horas desta sexta-feira (5), de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). No dia 1º, eram 196 leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 ocupados. Atualmente, de acordo com os dados da secretaria, o estado conta com apenas 67 leitos disponíveis. Se forem levados em conta apenas os leitos de Maceió, a taxa de ocupação chegou a 76%, com 133 internações. Já no interior a situação continua grave e chegou a 80%, com 101 internações, ultrapassando a margem de segurança indicada pelo Subcomitê de Epidemiologia ligado ao Comitê Científico do Consórcio Nordeste. Nesta sexta-feira, 623 novos casos e 13 mortes por Covid-19 foram confirmados em Alagoas. Desta forma, o estado tem um total de 134.419 casos confirmados e 3.060 óbitos. Nesta sexta-feira, o Hospital Escola Dr. Helvio Auto informou que atingiu sua ocupação máxima dos leitos de UTI dedicados para o tratamento da Covid-19. No total, a unidade de saúde conta com sete leitos de UTI, sendo dois deles dedicados para pacientes com diagnóstico grave de Covid e os demais para o tratamento de pacientes com doenças infectocontagiosas que só são atendidas pelo hospital. A unidade de saúde informou, ainda, que os leitos de enfermaria exclusivos para pacientes com Covid atingiram 61% de ocupação. Esta semana, na capital alagoana, o Hospital Arthur Ramos também informou que atingiu sua taxa máxima de ocupação dos leitos exclusivos de UTI. Já a Santa Casa de Misericórdia, também em Maceió, comunicou o fechamento da emergência 24 horas do hospital para casos de Covid-19. Em nota divulgada nas redes sociais, o hospital esclareceu que só há recursos para atender quem já está internado.
VENTILADORES
Para tentar controlar os efeitos da pandemia, Alagoas deve comprar mais 75 ventiladores pulmonares para as unidades de saúde do Estado. O equipamento é fundamental para o tratamento de pacientes com Covid-19 em estado grave. A solicitação de compra foi feita pela Superintendência de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) na quarta-feira (3) e tramita na secretaria. A compra dos equipamentos deve custar R$ 4,3 milhões. Na solicitação, é informado que os equipamentos devem ser destinados ao Hospital Geral do Estado, Hospital Metropolitano de Alagoas, Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira, UPA Santa Maria, UPA Poço, UPA Jaraguá, UPA Arapiraca, Hospital Regional do Norte e Hospital Regional da Zona da Mata.
A unidade hospitalar com previsão de maior recebimento é o Hospital Metropolitano, com 24. Logo após aparece o Hospital Geral do Estado, que deve receber 18 unidades. Cada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) listada tem previsão de receber dois equipamentos, e a Unidade de Emergência do Agreste, que ficará com 10.
No memorando em que é solicitada a compra, é explicada a importância dos ventiladores pulmonares. “São equipamentos essenciais, pois oferecem suporte à respiração quando o corpo não é capaz de desempenhá-la sozinho”, diz. Segundo o documento, entre as possíveis complicações do Covid-19 está a insuficiência respiratória, principal causa de morte entre os acometidos pela doença. O superintendente de atenção à saúde explica que a necessidade do ventilador pulmonar elétrico se dá pela insuficiência respiratória. “O indivíduo sente um cansaço respiratório tão intenso que a musculatura fica incapaz de puxar o ar mesmo com uso de dispositivo de oxigênio suplementar, como é o cateter nasal. Quando o paciente apresenta saturação periférica (saturação de oxigênio no sangue) abaixo de 88% já é avaliada a possibilidade de submetê-lo à intubação”, detalha. Na própria quarta-feira (3) os gerentes de assistência hospitalar e pré-hospitalar entenderam como viável a aquisição dos equipamentos. Ainda não há informações sobre a execução da compra e de quando os equipamentos devem chegar a Alagoas.