Cidades
Macei� vive amea�a de nova epidemia de dengue

Maceió está sob ameaça de uma nova epidemia de dengue. A afirmação é do assessor técnico de ações de combate à doença da Secretaria Municipal de Saúde, Paulo de Carvalho Silva. Segundo ele, as autoridades da área de Saúde estão preocupadas com a possibilidade da introdução do sorotipo 4 da dengue, pois a população não possui imunidade contra esse vírus. Em Alagoas já circulam os três sorotipos de vírus da dengue: 1, 2 e 3. ?Uma epidemia dos sorotipos 1 e 2 é praticamente inexistente porque a população já foi acometida por esses vírus e, portanto, está imune. No ano passado tivemos a introdução do sorotipo 3, que foi o mesmo caso da epidemia ocorrida no Rio de Janeiro. Os maceioenses não estão protegidos contra esse vírus e nem contra o sorotipo 4. Esse último risco é enorme porque não tivemos nenhum caso por aqui?, explicou Paulo de Carvalho. A Secretaria Municipal de Saúde tem informações extra-oficiais de que já existem alguns casos isolados da dengue transmitida pelo sorotipo 4 no Estado. Os casos estão em fase de investigação. A preocupação das autoridades de saúde aumenta no período do verão, devido à alta temperatura, aliada a chuvas esporádicas. Essas condições climáticas são ideais para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da doença, aumentando o risco de uma epidemia. Em 2003 foram notificados 9.636 casos suspeitos de dengue clássico em todo o Estado. Só em Maceió foram 3.434, representando 36,11% de percentual de casos na capital, em relação ao Estado. O Laboratório Central (Lacen) examinou 5.712 casos e confirmou 4.683, com vínculo epidemiológico. Ao todo, Alagoas registrou 49,24% dos casos examinados confirmados. A infestação do mosquito transmissor da dengue está presente nos 102 municípios alagoanos. Hemorrágica Em todo o Estado foram notificados, em 2003, 47 casos de dengue hemorrágica e 34 confirmados. Quatro pessoas morreram, sendo duas em Maceió, uma em Palmeira dos Índios e uma em São Miguel dos Campos. Para combater o risco epidemiológico, medidas estão sendo adotadas pelas autoridades de Saúde. A Secretaria Municipal dividiu Maceió em 421 microzonas, sendo 820 imóveis, em média, para cada agente de saúde. Onde foram constatados casos da doença está sendo realizado um trabalho de combate ao mosquito adulto. Além disso, uma operação educativa está sendo realizada nos locais com alto índice de infestação do Aedes aegypti. Paulo de Carvalho informou que os bairros que mais preocupam, pelo grande número de casos da dengue registrados, são o Farol e a Chã da Jaqueira. O Jaraguá também tem sido alvo de preocupação devido ao aumento do índice de infestação do mosquito, por causa da quantidade de material descartável (copos, latas e garrafas) jogados na rua. A Agência Nacional de Saúde (Anvisa) mantém equipes permanentes no Cais do Porto, rodoviária e aeroporto, na tentativa de identificar portadores da doença e evitar que o sorotipo entre em Maceió. ?Eles têm informações de passageiros com febre durante a viagem ou outros sintomas da dengue, antes de eles chegarem ao Estado. O doente é identificado e levado ao posto médico, onde será medicado?, esclareceu Paulo de Carvalho. Armadilhas Outra ação que vem sendo desenvolvida pela Secretaria Estadual de Saúde são as armadilhas de captura do mosquito, instaladas em navios e outros locais onde pode haver infestação do inseto. Essas armadilhas oferecem condições ideais para o mosquito se reproduzir. As equipes fiscalizam constantemente o local para verificar se tem ovos. Paulo de Carvalho explicou que a maior dificuldade dos técnicos de combate à dengue é a dificuldade enfrentada por eles quando vão visitar as residências localizadas em bairros nobres da cidade. ?As pessoas dificultam a entrada dos agentes de saúde. Outro problema é a grande quantidade de pneus expostos. A Secretaria de Saúde mantém um galpão na antiga SMTT, onde são guardados pneus recolhidos?, frisou.