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ESTADO LEVA ATÉ 47 DIAS PARA NOTIFICAR MORTES

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O intervalo entre a morte por Covid-19 e a atualização deste registro no sistema do Ministério da Saúde chega a 47 dias em Alagoas. É o atraso mais longo entre os demais estados da Federação, conforme levantamento feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e divulgado pela CNN Brasil. Com este dado, não é possível ter a real dimensão do número exato de óbitos pela doença, ocorridos em tempo real, no Brasil. Em Alagoas, assim como nas demais regiões, as notificações são de responsabilidade dos municípios. O compilado destas informações também é acompanhado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Tabela do Programa de Computação Cientifica (Procc/Fiocruz) quantifica o tempo médio de atraso nas comunicações feitas pelos estados. Neste momento, aparecem imediatamente atrás de Alagoas, no ranking dos estados com maior demora, o Amapá, com 34,8 dias, e o Maranhão, com 34,1. Das 27 unidades da federação, dez têm prazo superior a 20 dias e 17, superior a dez semanas. Em apenas cinco estados a comunicação é feita com intervalos menores que dez dias e, entre eles, só um está entre os mais populosos: Minas Gerais, que informa em 7,8 dias. O mais ágil é o Mato Grosso do Sul: 1,4 dias. O Rio de Janeiro leva em média 20, e São Paulo 13. Os dados são dos mais recentes do Sivep-Gripe, e incluem todas as notificações feitas até o dia oito de março deste ano. Pesquisador do Procc/Fiocruz, Leonardo Bastos reforça a dimensão do problema. “Apenas uma parcela muito pequena dos dados divulgados por dia é de mortes ocorridas nas últimas 24 horas. Esse é um problema conhecido, que ganha escala em uma pandemia”, resume. Os dados dos estados não são homogêneos: são produto de uma média dos municípios, que afetam o sistema com seus diferentes ritmos de atualização. De acordo da Fiocruz, no auge da primeira onda, a espera chegou a ser de dois meses em alguns estados. Por isso, especialistas apontam que o momento atual pode apresentar um índice de casos e mortes ainda maior que o divulgado diariamente. Os especialistas apontam que os municípios lidam com estruturas pequenas e sobrecarregadas pela pandemia. Eles destacam que são comuns atrasos de mais de um mês nas notificações de casos e óbitos no sistema do Ministério da Saúde.

“Alguns municípios ainda estão na virada de janeiro para fevereiro. Não pegaram ainda o período do Carnaval e seus efeitos de contágio. E também não incluem o momento atual, que tem a situação de colapso da rede de saúde de vários estados com lotação superior a 80% nas UTIs para Covid-19. Esses dados podem demorar, porque, quando o sistema de saúde entra em colapso, o sistema de notificação entra junto. Infelizmente, a expectativa é que o cenário ainda piore bastante”, analisa o Pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica (Icict/Fiocruz), Diego Xavier. O pior é que o atraso de atualização de informação de doenças eram corriqueiros no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), mesmo antes do início da pandemia, devido à falta de digitadores nos municípios. Em média, eram de duas semanas para patologias que não demandavam exames laboratoriais, e poderiam chegar a até um mês nas circunstâncias em que eles eram exigidos, como no caso da Influenza.

Tempo médio entre data do óbito e a notificação nos estados: 1º) Alagoas, 47,5 dias 2º) Amapá, 34,8 dias 3º) Maranhão, 34,1 dias 4º) Pernambuco, 30 dias 5º) Pará, 26,2 dias 6º) Rondônia, 25,9 dias 7º) Mato Grosso, 25,3 dias 8º) Acre, 23 dias 9º) Espírito Santo 21,9 dias 10º) Rio de Janeiro, 20,2 dias 11º) Paraíba 17,8 dias 12º) Sergipe 17,7 dias 13º) Rio Grande do Norte 16,7 dias 14º) Bahia 15,7 dias 15º) Piauí 14,6 dias 16º) Tocantins 14,4 dias 17º) Paraná 14,4 dias 18º) São Paulo, 13,6 dias 19º) Goiás, 13,5 dias 20º) Ceará, 13,1 dias 21º) Amazonas, 12,9 dias 22º) Distrito Federal 10,2 dias 23º) Roraima, 8,5 dias 24º) Minas Gerais 7,8 dias 25º) Santa Catarina, 4,8 dias 26º) Rio Grande do Sul, 3,3 dias 27º) Mato Grosso 1,4 dia.

* Com informações da CNN.

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